PP e PSOE taco a taco nas sondagens

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Mariano Rajoy Reuters

A margem entre os dois principais partidos espanhóis é mínima. Segundo as contas do diário El País, se as eleições fossem hoje e com a abstenção que se prevê, apenas 480 mil votos separam o Partido Popular (PP) no Governo e o Partido Socialista (PSOE), na oposição. É que a correspondem os 2,7 pontos percentuais de diferença da última sondagem.

As europeias de dia 25 poderão ser as eleições com participação mais baixa desde 1977, as primeiras eleições gerais depois do franquismo, com as previsões a indicarem que a abstenção poderá passar os 50%. Na última sondagem do CIS (Centro de Estudos Sociológicos), 23,8% dos eleitores dizem que não vão às urnas, 20,6% que não sabem ainda, e 5,3% recusam responder.

Antes do arranque da campanha, sublinha o diário El Mundo, apenas 17% sabem em que día são as eleições. Isto apesar de, segundo a sondagem do CIS, um total de 80% dos inquiridos dizerem que as decisões do Parlamento Europeu os afectam (48,7% dizem que afectam “bastante” e 32,2% “muito”).

Os dois principais partidos estão em “mínimos” nas sondagens, comenta o diário El País. Se ambos dominaram já em conjunto 80% do eleitorado, nestas eleições poderão ficar abaixo dos 65%, com os pequenos partidos a ter o seu melhor resultado desde 1989, 35%.

Com 33,7% projectados, o PP arrisca o seu pior resultado desde 2004 (37,7%, nas eleições logo a seguir ao atentado de 11 de Março), e com 31% na sondagem, o PSOE teria o pior resultado desde 1994 (30,79%, em eleições europeias). A estas percentagens correspondem uns 20-21 deputados para os populares e 18-19 para os socialistas.

O PSOE está a apostar tudo na mobilização, que o beneficiará: estima-se que quanto maior a abstenção, mais ficará prejudicado. Assim, continua uma novela de negociações com o PP para um debate televisivo entre os dois principais candidatos, Miguel Arias Cañete dos populares (que deixou o cargo de ministro da Agricultura para concorrer) e Elena Valenciano (deputada em Madrid e antiga eurodeputada) dos socialistas.

Esta diminuição de votos nos dois grandes não está, no entanto, a dar lugar a nenhuma terceira força evidente, sublinha ainda o jornal: os partidos seguintes, Esquerda Unida (IU) e União, Progresso e Democracia (UPyD), não conseguem, somados, chegar aos 15%. Coligações nacionalistas de direita da Catalunha e do País Basco, concorrendo em conjunto na lista Coligação pela Europa conseguiriam 5,5% de votos e três lugares de eurodeputados e a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC).

Entre os mais pequenos e recentes partidos, o estreante Podemos, saído do movimento Indignados, liderado pelo professor universitário Pablo Iglesias, surge com 1,8% o que corresponderia a um eurodeputado. Outro estreante, Cidadãos, liderado por Javier Nart, advogado que defendeu um marroquino detido em Guantánamo, aparece a muito pouco de conseguir também um lugar.

Espanha tem 54 eurodeputados entre um total de 751 lugares do próximo Parlamento Europeu.

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