Ruína arqueológica de quinta romana beneficiada para atrair turismo a Arouca

Todo o percurso sobre a ruína da era romana será acompanhado por painéis com informação sobre os dados já apurados pela investigação realizada no local.

Os vestígios arqueológicos da residência romana ainda hoje visíveis no lugar da Malafaia, em Arouca, vão ser sujeitos a uma obra de beneficiação destinada a transformar esse sítio num ponto turístico com informação técnica sobre o local.

Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara Municipal adiantou esta quarta-feira que o investimento para o efeito será na ordem dos 100.000 euros e que o objectivo é criar na Malafaia um espaço interpretativo idêntico ao que agora existe no maciço onde se verifica o fenómeno geológico das chamadas "pedras parideiras".

"O que temos na Malafaia é uma casa rural da época romana que foi posta a descoberto nas escavações de 1995 e que se tem mantido desde essa altura no seu estado quase natural, sem grande cuidado no que se refere à preservação do sítio ou ao acolhimento de visitantes", explica José Artur Neves.

"A ideia agora é conferir à casa e à envolvente uma maior dignidade, e transformar toda essa zona num espaço interpretativo com informação técnica sobre o património que ali está", acrescenta o autarca.

Financiada em 65% pelo Proder - Programa de Desenvolvimento Rural, a obra prevê a criação de um passadiço adaptado à circulação de visitantes com mobilidade reduzida, sendo que esse será construído em materiais compósitos. "O passadiço vai ter por base materiais reciclados, o que representa uma série de vantagens ao nível da manutenção", realça José Artur Neves. "Fica com a mesma estética da madeira, mas é mais durável, apresenta maior resistência e acaba por ter o mesmo preço, se é que não chega a ser mais barato", acrescenta.

Todo o percurso sobre a ruína da era romana será acompanhado por painéis com informação sobre os dados já apurados pela investigação realizada no local, entre os quais a referência a 1987 como o ano em que o sítio foi inicialmente identificado.

Quanto às origens da construção, os técnicos do Centro de Arqueologia de Arouca referem que essa deve remontar ao século II, embora revelando indícios que melhor a enquadram no período entre os séculos IV e VI.

Sobre o formato da edificação, por sua vez, os arqueólogos consideram que em causa está "um tipo de instalações agrícolas romanas conhecido por casal, quinta ou granja".

Os vestígios dessa residência estão implantados a 330 metros de altitude e indiciam que essa terá sido composta por duas estruturas, já que, a Nordeste, ainda se observam duas paredes de um edifício de grandes dimensões, de planta ortogonal, enquanto a Sudoeste se identifica outra construção com vários compartimentos internos, "provavelmente em torno de um pátio". 

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