Carrilhões de Mafra vão ter ajuda da Europa Nostra

Uma equipa técnica virá em Setembro para preparar um plano detalhado de requalificação dos carrilhões

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Os carrilhões de Mafra têm mais de uma centena de sinos dr
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A organização Europa Nostra incluiu os carrilhões do Palácio Nacional de Mafra entre os sete monumentos europeus mais ameaçados em 2014, uma distinção que oferece boas perspectivas para a necessária consolidação e requalificação deste património único no mundo.

O Paço de  Vilar de Perdizes, no concelho de Montalegre, também chegou à short list, mas acabou por não integrar os “sete mais ameaçados” deste ano.

Os outros seis monumentos escolhidos são a maquinaria de cena do Teatro Bourla, em Antuérpia, na Bélgica, que data de 1834 – a ameaça vem da própria companhia residente, que quer substitui-la por equipamento moderno –, os bairros históricos de Dolcho e Apozari, em Castória, na Grécia, a cidadela italiana de Alessandria, um conjunto de pequenas igrejas de madeira na Transilvânia do sul e no norte da Oltenia (Roménia), um bairro de habitações coloridas do arquitecto modernista Hans Scharoun, construído em 1924 em Insterburg, na Prússia oriental, que é hoje a cidade russa de Chernyakhovsk, e uma sinagoga em estilo art nouveau em Subotica, na Sérvia.

A Europa Nostra, actualmente presidida pelo cantor de ópera Placido Domingo, colabora neste programa com o Banco Europeu de Investimento, oferecendo aconselhamento técnico e financiamento. Uma equipa conjunta virá a Mafra em Setembro, disse ao PÚBLICO o director do Palácio de Mafra, Mário Pereira, e deverá propor até ao final do ano um plano de acção detalhado.

Encomendados por D. João V no século XVIII, os carrilhões de Mafra têm mais de uma centena de sinos – os maiores chegam a pesar 12 toneladas – e estão inactivos desde 2004, dada a progressiva deterioração da estrutura de madeira que os suporta. O mais cotado dos dois carrilhões, instalado na torre sul, veio das oficinas Witlockx, em Antuérpia. Mas o da torre Norte, um Levache fabricado em Liége, é hoje “caso único em todo o mundo”, explica Mário Pereira, porque não foi afinado desde o século XVIII e mantém a sua sonoridade original.

 

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