A ideia é levar os madrilenos a deixarem o carro em casa e a deslocarem-se em transportes públicos mas também diminuir o nível de poluição no centro da capital espanhola. A câmara da cidade vai pôr a funcionar parquímetros que vão cobrar valores mais elevados que o habitual para viaturas consideradas pouco amigas do ambiente.

A partir de 1 de Julho levar o carro até ao centro de Madrid, nomeadamente os abastecidos a gasóleo com matrículas anteriores a 2006 e os a gasolina registados antes de 2001, vai ficar mais caro. Com o valor pago por hora a variar entre os 66 cêntimos e os 3,29 euros, e estimado em um milhão o número de caros que entram em Madrid por dia, a autarquia presidida por Ana Bottela decidiu aplicar um aumento de até 20% no valor cobrado para estas viaturas. Os híbridos têm um desconto de 20% e os eléctricos não pagam.

Segundo cálculos da câmara, citados pelo El País, estima-se que 24% dos veículos que estacionam habitualmente no centro da cidade venham a pagar mais, 58% paguem o mesmo e 18% despendam de menos dinheiro. 

Os novos parquímetros vão ainda calcular o nível de ocupação nas zonas de estacionamento na hora que for emitido o recibo e aplicará uma sobretaxa se estiverem menos de 15% dos lugares disponíveis.

A justificação para a medida é a tentativa de reduzir as emissões de gases poluentes em Madrid. A cidade espanhola ultrapassa continuadamente os limites impostos na União Europeia, principalmente devido ao contributo dos carros.

Elisa Barahona, responsável pelo departamento de sustentabilidade da câmara de Madrid, explicou, citada pelo The Guardian, que esta é a melhor forma de desencorajar os condutores a levarem os seus carros até ao centro da cidade. “Pensámos que seria justo se os carros que poluem mais pagassem mais e compensar os veículos que são mais eficientes”, argumentou.

No centro de Lisboa foi autorizado o funcionamento de um sistema automático de leitura de matrículas de carros antigos nas zonas de emissões reduzidas (ZER). O equipamento permite multar os condutores de veículos mais poluentes.

Na sua proposta, a autarquia lisboeta pretende instalar 11 equipamentos, que funcionam como os que foram instalados nas portagens das ex-SCUT. Vão ser colocados em semáforos e permitem identificar a matrícula dos veículos, o local da infracção, a data e a hora. É à Polícia Municipal que cabe depois a emissão dos autos de contra-ordenação.