Presidente realça papel das empresas como “motor da economia” no pós-troika

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Cavaco Silva diz que o reforço da imagem dos portugueses no estranegeiro tem sido uma das suas grandes prioridades Nuno Ferreira Santos

É nas empresas e não no Estado que reside a esperança do país no pós-troika, defendeu esta quarta-feira o Presidente da República, que atribuiu à iniciativa privada um papel primordial para o desenvolvimento de Portugal no médio prazo.

Cavaco Silva que falava na cerimónia de condecoração de seis personalidades que nos últimos anos deram um contributo relevante na promoção da internacionalização da economia: Faria de Oliveira, Lídia Sequeira, Pedro Reis, António Mexia, Alexandre Relvas e Filipe de Botton.

“Quando entramos agora no chamado período pós-troika importa sublinhar o papel que cabe às empresas portuguesas. São elas que investem, são elas que exportam, são elas que inovam, são elas que conquistam novos mercados, são elas que estabelecem parcerias com as universidades e com outras empresas estrangeiras”, enumerou o chefe de Estado.

Antes, o Presidente realçara que “são cada vez mais fortes os indicadores de que a economia portuguesa está a recuperar e a tentar reencontrar uma trajectória de aproximação aos níveis de desenvolvimento da União Europeia”. Daí que este seja o “tempo apropriado para mandar um sinal para a economia em relação ao papel que cabe às empresa mas também àqueles que as dirigem, aqueles que no dia-a-dia, no terreno, procuram assegurar o sucesso das empresas que serão, sem dúvida nenhuma, nas próximas décadas, o motor da economia portuguesa, um motor da criação do emprego em Portugal”, sublinhou Cavaco Silva. A referência ao "sinal" pode ser vista como uma referência a esta condecoração mas também um recado ao Governo para a necessidade de lançar agora políticas que estimulem a economia e a actividade empresarial.

Um papel revelante no futuro do país que confirma também a importância que o tecido empresarial teve recentemente, fez questão de afirmar o Presidente recordando as suas próprias declarações, há dias, no Norte quando disse que os empresários nacionais “podiam ser considerados uns verdadeiros heróis pela forma como enfrentaram as condições adversas dos últimos anos.

Cavaco Silva elogiou depois o percurso de cada condecorado, não se esquecendo de referir as funções governativas de cada um, mas sem mencionar as ligações que tiveram consigo. Faria de Oliveira, ex-presidente da CGD e actual líder da Associação Portuguesa de Bancos, e antigo secretário de Estado de Balsemão, Soares e Cavaco e ministro deste último, foi agraciado com a Grã-Cruz do Infante D. Henrique.

Lídia Sequeira, ex-presidente do Porto de Sines e antiga gestora pública na área dos transportes, e Pedro Reis, ex-presidente da AICEP – Agência para o Investimento e o Comércio Externo de Portugal receberam a insígnia de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Dos seis condecorados, só Lídia Sequeira não está ligada ao actual Governo ou ao PSD – é uma das coordenadoras da Convenção Novo Rumo, que se destina a preparar o programa de Governo do PS. Cavaco realçou que foi no mandato de Pedro Reis à frente da AICEP que as exportações portuguesas “deram um salto em frente que era considerado impensável até há pouco tempo: passam de cerca de 30% do produto para cerca de 40%”.

Os empresários Alexandre Relvas – que foi secretário de Estado de Cavaco e seu director de campanha em 2006 – e Filipe de Botton, respectivamente administrador e presidente da Logoplaste, receberam, a par do presidente da EDP, António Mexia, a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Empresarial.

Os três são membros fundadores do think tank do PSD Compromisso Portugal e Cavaco realçou as respectivas actividades empresariais. Foi durante o mandato de Mexia que a EDP “deu um salto em frente na sua internacionalização”, afirmou o Presidente. “Todos conhecemos bem as relações que foram mais recentemente estabelecidas com a República Popular da China”, acrescentou Cavaco Silva, referindo-se ao facto de a gigante chinesa Three Gorges ter comprado a última fatia (de 21,35%) que o Estado tinha na empresa, a par de outras participadas do grupo energético.

O empresário Filipe de Botton é sócio fundador da Logoplaste, uma das maiores empresas da Europa na produção de embalagens de plástico, descreveu Cavaco, é dirigente da Cotec e do Conselho para a Diáspora Portuguesa. “Tenho testemunhado o esforço que tem desenvolvido para captar os portugueses de destaque espalhados pelo mundo para a promoção da imagem do nosso país – algo da maior importância para que os produtos portugueses sejam reconhecidos no estrangeiros e o país reforce a sua credibilidade junto dos mercados”, elogiou o Presidente.
 

   

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