A Presidente sul- coreana, Park Geun-hye, pediu esta terça-feira desculpas, numa declaração à televisão nacional do país, pela forma como foi tratado todo o processo do naufrágio do ferry com 476 pessoas a bordo com destino à ilha turística Jeju, costa sudoeste da Coreia do Sul a 16 de Abril. Morreram aproximadamente 300 pessoas, maioritariamente jovens da escola secundária de Danwon, região de Ansan, apenas 174 foram resgatados com vida.

As autoridades já recuperaram cerca de 200 corpos e os mergulhadores continuam a procurar aqueles que ainda estão desaparecidos.

“Peço desculpa pelo meu fracasso em evitar o acidente, qualquer resposta que eu dê será sempre insuficiente”, disse, Park Geun-hye. "Peço desculpas ao povo sul-coreano por tantas vidas preciosas terem sido perdidas”, prosseguiu a Presidente da Coreia do Sul.

Os governantes e as autoridades sul-coreanas têm sido amplamente criticados praticamente por todos os quadrantes da sociedade civil pela forma lenta e ineficaz de como reagiram ao terrível naufrágio. O primeiro-ministro sul-coreano, Chung Hong-Won, demitiu-se no último domingo por ter sido “incapaz de evitar o acidente e de gerir os acontecimentos correctamente”.

As investigações têm-se centrado principalmente na hipótese de erro humano. A tripulação e o comandante, Lee Joon-Seok, foram acusados de negligência por não terem mandado evacuar a embarcação, após a viragem do barco, quando ainda havia tempo de retirar os passageiros.

Um vídeo divulgado na segunda-feira mostra a Guarda Costeira sul- coreana a retirar os tripulantes do navio enquanto o ferry se está prestes a afundar com centenas de pessoas dentro da embarcação. Muitos dos tripulantes foram os primeiros a fugir do navio e deixaram os passageiros a bordo do ferry, que segundo as autoridades estava com o triplo da sua capacidade máxima.

No mesmo vídeo, que foi divulgado pela própria Guarda Costeira, o responsável pelo resgate da tripulação do ferry justifica-se aos jornalistas, explicando que não sabia que estava a salvar o comandante e os outros responsáveis do barco, que eles não se identificaram como tal e que a sua prioridade foi salvá-los primeiro e fazer perguntas depois.

 "Devemos estar firmemente determinados em refazer todo o sistema de segurança da República da Coreia ", declarou a Presidente da Park Geun-hye.