Nelson Évora acusa discoteca de racismo

Estabelecimento nega discriminação de grupo de atletas.

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Atletas portugueses ficaram à porta de discoteca DR

A eloquente e desarmante atitude com que Dani Alves respondeu a um incidente racista, durante o Villarreal-Barcelona do fim-de-semana, desencadeou uma onda de solidariedade internacional. E também provocou ondas em Portugal: o atleta português Nelson Évora denunciou na rede social Facebook ter sido vítima de um acto racista, há alguns dias numa discoteca de Lisboa.

“Na noite de 19 de Abril os meus amigos fizeram-me uma surpresa e levaram-me para a discoteca Urban Beach. Éramos um grupo de 16 pessoas com mesas pré-reservadas e não é que somos surpreendidos pelos responsáveis daquele espaço público. Porquê? ‘Demasiados pretos no grupo!!!’”, publicou o campeão olímpico (em Pequim 2008) e campeão mundial (Osaka 2007) do triplo salto, juntamente com uma fotografia na qual segurava uma banana, já um símbolo do combate ao racismo na sequência da campanha #somostodosmacacos, lançada por Neymar no Twitter.

“Estarei a exagerar ou foi mesmo racismo?”, questionava ainda Nelson Évora, acrescentando que “mais de metade” do grupo era formado por atletas que representam Portugal internacionalmente, como Francis Obikwelu, Naide Gomes, Carla Tavares, Susana Costa e Rasul Dabó.

O presidente do conselho de administração do Grupo K, proprietário da discoteca Urban Beach, negou à agência Lusa que tenha havido qualquer acto racista para com atletas, nomeadamente Nelson Évora. “Falei com as pessoas que estavam nessa noite na porta, informei-me para saber realmente o que tinha acontecido, se [as acusações] teriam algum fundamento ou não e foi-me dito que não”, afirmou Paulo Dâmaso.

Segundo o mesmo responsável, o porteiro da discoteca não permitiu que o grupo entrasse porque “havia uma ou duas pessoas que estavam desenquadradas em termos do ambiente que é normal no Urban Beach”, ou seja, não corresponderiam ao dress code exigido.

O responsável pelo Grupo K garantiu que Nelson Évora nunca fez uma reclamação formal, nem na noite dos acontecimentos nem depois, e estranhou que o venha fazer agora, acrescentando que o atleta poderia ter pedido o livro de reclamações ou chamar o gerente e que, caso o funcionário tivesse dito aquela frase, a empresa abriria um processo disciplinar.

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