Identificados anticorpos que travam vírus de nova pneumonia atípica

Dois estudos encontraram anticorpos capazes de travar infecção da Síndrome Respiratória do Médio Oriente, que causa a nova pneumonia atípica.

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O novo coronavírus apareceu em Setembro de 2012 DR

Dois estudos encontraram anticorpos naturais humanos capazes de "neutralizar" a ligação entre o novo vírus da pneumonia atípica e as células humanas que infecta. Os artigos foram publicados nesta segunda-feira nas revistas Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) e Science Translational Medicine.

A Síndrome Respiratória do Médio Oriente (MERS, sigla em inglês) apareceu pela primeira vez em Setembro de 2012. A doença é provocada por um coronavírus que infecta o tracto respiratório. Há uma forte probabilidade de o vírus vir de dromedários.

Desde 2012 que a Organização Mundial da Saúde (OMS) já registou 261 casos e 93 mortes, o que equivale a uma mortalidade de 35%. Os principais sintomas da infecção são tosse, febre e falta de ar. A doença pode evoluir para uma pneumonia.

Os países do Médio Oriente são os mais afectados, mas a doença já foi registada em vários países europeus, associados a pessoas que estiveram no Médio Oriente, e de países da África do Norte.

Desde Março de 2014 que há um aumento do número de novos casos, principalmente na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos. Segundo a OMS, 75% destes casos são transmitidos entre humanos, apesar de os sintomas serem leves. Os trabalhadores de saúde são os mais afectados. O fenómeno está a preocupar a autoridades sanitárias internacionais, pois não se sabe se é uma questão sazonal, se o vírus está mais infeccioso ou se é o resultado de um maior esforço de detecção de casos.

As novas descobertas são um passo em frente para travar o contágio. A equipa de Wayne Marasco, do Instituto de Cancro Dana-Farber, da Faculdade de Medicina de Harvard, nos EUA, que publicou na PNAS, identificou sete anticorpos humanos que bloqueiam as proteínas do vírus que se ligam às células humanas e infectam novas células. O outro estudo, da equipa de Linqi Zhang, da Universidade de Tsinghua, em Pequim, China, identifica dois anticorpos humanos com a mesma propriedade.

Segundo os autores do artigo da PNAS, os “anticorpos neutralizantes oferecem a possibilidade de desenvolver uma imunoterapia baseada em anticorpos monoclonais humanos, especialmente para os trabalhadores de saúde”.

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