Político ucraniano morto enfrentou pró-russos antes de desaparecer

Governo de Kiev invocou a morte de Volodimir Ribak para anunciar reinício de operação "antiterrorista" no Leste. Separatistas atribuem acção a extremistas ucranianos que acusam de os quererem desacreditar.

O político local ucraniano cuja morte – bem como a de uma segunda pessoa – levou o governo interino de Kiev a anunciar, na terça-feira, o recomeço da operação militar para desalojar separatistas do Leste da Ucrânia, enfrentou pró-russos antes de desaparecer e ser encontrado morto.

Num vídeo de quinta-feira passada, 17 de Abril, agora divulgado, vê-se Volodimir Ribak a ser afastado por vários homens, um deles mascarado e camuflado, no exterior do edifício do município de Horlivka, depois de – segundo o site gorlova.ua, que divulgou as imagens –  ter tentado retirar a bandeira da auto-proclamada República de Donetsk. “Só por cima do meu cadáver vais tirar essa bandeira”, gritou um homem para o político local quando este pretendia entrar no edifício.

Nas imagens aparecem dois polícias, embora só um deles faça tenção de intervir, ainda que sem eficácia. Alguns minutos depois, Ribak, que pertence ao partido Pátria, do Presidente interino, Oleksander Turchinov, e da antiga primeira-ministra Iulia Timochenko, afasta-se, aparentemente sem problemas.

O ministério do Interior do governo de Kiev disse que mais tarde, no mesmo dia, o eleito local foi visto a ser levado para um carro, por homens mascarados e camuflados. O corpo foi encontrado no sábado, dia 19, perto de Slaviansk. A polícia informou ter encontrado sinais de que Ribak e outro homem, não identificado, teriam sido torturados e atirados vivos para um rio, para se afogarem.

O auto-proclamado presidente da câmara da cidade, Viatcheslav Ponomarev, acusou já esta quarta-feira o grupo extremista ucraniano Sector Direito da morte de Ribak. “Estão constantemente a tentar desacreditar-nos”, disse, citado pela Reuters.

 

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