Uma vontade que deve ser respeitada

Em vida, recusou distinções e cargos para os quais tentaram seduzi-lo governantes e políticos. Mas apesar da sua nobre discrição, é com ele que milhões de portugueses identificam, sem hesitar, o 25 de Abril. Ora Salgueiro Maia, nascido e sepultado em Castelo de Vide, foi proposto para o Panteão Nacional. Sem pôr em causa a intenção da proposta, veio agora a viúva do capitão dos capitães de Abril mostrar-se avessa a ela, argumentando com a vontade expressa no testamento escrito pelo marido, três anos antes de morrer: Salgueiro Maia exigia ser sepultado em campa rasa e sem honras de Estado, no talhão dos combatentes na terra onde nasceu em 1944 e identificado com uma lápide simples. Por isso, os que, em vida não o levaram em conta respeitem ao menos na morte a sua vontade. Salgueiro Maia não se dobrou a “honras” que rejeitava. E assim deve manter-se, na glória que granjeou mas entre o povo.
 

  

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