Eanes acharia “muito bem” se capitães falassem na AR no 25 de Abril

O presidente da Associação 25 de Abril afirmou nesta quarta-feira que aguarda resposta da presidente da Assembleia da República.

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Ramalho Eanes vai receber o Grande Colar da Ordem da Liberdade Nuno Ferreira Santos/arquivo

O antigo Presidente da República Ramalho Eanes desvalorizou nesta quarta-feira a polémica em torno da participação dos capitães de Abril na cerimónia do 25 de Abril no Parlamento, mas disse que se os militares usassem da palavra "acharia muito bem".

"Eu não considero essa questão muito importante, mas, se eles usassem da palavra, eu acharia muito bem", afirmou Ramalho Eanes aos jornalistas, à margem do lançamento de uma antologia de Manuel Alegre, no quartel do Carmo, em Lisboa.

Para o general, "essa questão é uma questão de somenos importância".

"O que considero é que todos os portugueses usem a palavra para expressar a sua posição sobre todas as questões que dizem respeito ao presente e sobretudo que dizem respeito ao futuro", declarou.

"Se todos os portugueses têm obrigação de construir o seu futuro, todos têm uma obrigação acrescida de construir um país melhor para os filhos", acrescentou.

O presidente da Associação 25 de Abril afirmou nesta quarta-feira que aguarda resposta da presidente da Assembleia da República sobre a condição de usar a palavra na sessão solene do 25 de Abril, que impôs para os capitães participarem na cerimónia. "A senhora presidente da Assembleia da República fez-me um convite telefonicamente, eu disse quais as condições em que nós iríamos, ela ficou de nos dizer alguma coisa, ainda não disse", afirmou Vasco Lourenço aos jornalistas, à margem da apresentação do livro País de Abril.

Questionado sobre as condições, o presidente da Associação 25 de Abril reiterou que se trata de os militares de Abril usarem da palavra na sessão solene no plenário da Assembleia da República.

"Ainda não chegou nenhuma resposta, o resto são boatos", disse Vasco Lourenço, referindo que teve com a presidente do Parlamento, Assunção Esteves, uma "longa conversa telefónica".

O jornal i avança, quarta-feira, que PSD e CDS-PP se opõem à intervenção dos militares na sessão solene, na qual não participam há dois anos.

"Desta vez, precisamente por serem os 40 anos, nós considerámos que devíamos abrir uma excepção. Dada a situação catastrófica em que o país está, com o poder a agir como herdeiros dos que foram vencidos no 25 de Abril, apesar disso, estávamos dispostos a ir à sessão solene evocativa do 25 de Abril, se pudéssemos usar da palavra", afirmou Vasco Lourenço.

O presidente da associação sublinhou que esta não é "uma atitude anti-Assembleia da República", frisando que os militares de Abril participarão em outras cerimónias do programa das comemorações, nomeadamente a homenagem a Marques Júnior, militar de Abril e deputado, falecido no ano passado.

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