CIP quer “critérios objectivos” sobre medidas que acompanhem aumento do salário mínimo

António Saraiva abre a porta a aumento para 500 euros este ano.

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Negociar um aumento do salário mínimo, sim, mas não esquecer a discussão sobre medidas concretas e com metas objectivas para acautelar o crescimento a competitividade das empresas: o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, reafirmou a abertura da organização patronal para discutir uma actualização do salário mínimo para os 500 euros e insiste que o tema não pode ser abordado na Concertação Social de forma isolada.

Embora o tema da remuneração mínima não tenha sido abordado entre a delegação da CIP no encontro com o primeiro-ministro nesta quarta-feira, António Saraiva alertou Passos para a necessidade de pôr em prática medidas para a “promoção do investimento e a criação de condições para o crescimento económico”. Um tema que, diria aos jornalistas à saída do encontro em São Bento, deve ser colocado em cima da mesa quando for suscitada a questão do salário mínimo.

Para o presidente da confederação patronal, é preciso definir “uma matriz” de acordos pontuais em algumas matérias do acordo de 2012 que ficaram por cumprir. Em causa, diz, estão matérias que têm a ver com a necessidade de recapitalização das empresas e medidas que assegurem a competitividade das empresas.

Quanto ao salário mínimo, actualmente nos 485 euros, Saraiva admite que negociar um aumento para os 500 euros – o valor previsto em 2006 para a actualização em 2011, que ficou por cumprir. Mas defende que, em relação às medidas voltadas para o tecido empresarial, é preciso inscrever critérios objectivos “e não com a subjectividade que o anterior acordo continha”, de forma a acautelar a competitividade externa das empresas. “São estas as condições que colocamos”.

Em aberto deixa a possibilidade de haver uma actualização do salário mínimo ainda este ano, o mesmo que diz a CAP. Alguns dos sectores abrangidos pela CIP “já têm definido nas tabelas salariais” os 500 euros como valor de remuneração mínimo. Por isso, reforçou, com excepção das empresas da confecção têxtil, este é “um tema que para o universo das empresas da CIP é quase irrelevante, porque a maior parte já paga muito acima dos 500 euros”.

Questionado se Passos considerou importante haver um compromisso ainda antes da saída oficial da troika, como referido pela UGT, António Saraiva disse que em relação à CIP a questão “não foi suscitada, porque provavelmente cada parceiro tem o seu conteúdo de matérias para falar” com o primeiro-ministro.

 

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