O empresário de farinhas que acabou a investir em Hollywood

O luso-angolano Rui Costa Reis vive entre Luanda e Los Angeles, e tem negócios entre o sector alimentar, o imobiliário, as indústrias portuárias e o cinema.

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Nascido há 45 anos em Angola, na província de Kwanza-Sul, e vivendo actualmente entre Luanda e Los Angeles – onde criou a produtora de cinema RCR –, o empresário Rui Costa Reis tem raízes familiares no Porto, de onde é natural a sua mãe, que foi ainda criança para Angola. Daí que se tenha oferecido para comprar, e manter em Portugal durante pelo menos 50 anos, a colecção de obras de Miró que o Governo pretende leiloar, pedindo apenas que esta ficasse no Porto.

O seu pai, um industrial da área das montagens eléctricas, já nasceu em Angola, mas o seu avô paterno era um português de Coimbra. Os pais vivem actualmente em Braga.

Formado em gestão de empresas pela Universidade do Minho, Rui Costa Reis – que tem dupla nacionalidade luso-angolana – voltou a Angola depois de acabar o curso, e fundou a empresa Intercomercial. Mais tarde criou a marca de farinhas Kianda, que teve grande sucesso nos anos 90 – dizia-se que alimentava Angola –, o que levou o empresário a expandir os negócios para sectores afins, como os cereais ou a comida para bebés, mas também para outros domínios, como o imobiliário ou as indústrias portuárias.

Casou com Giovana Pinto Leite, ex-Miss Angola 2002 (título que lhe foi retirado na sequência de uma entrevista polémica). Também começou a interessar-se desde cedo pelo mundo da arte. Patrocina a Trienal de Luanda e é um dos mais importantes coleccionadores de arte angolana actual, emprestando regularmente obras para exposições de grandes museus internacionais.

O seu mais recente ramo de negócio é o cinema, ao qual não tinha qualquer ligação anterior. Numa entrevista ao Magazine do JN/DN, explica que foi parar a Hollywood porque os seus filhos queriam ir para os Estados Unidos e ele achou que o cinema era ali “o negócio mais lucrativo”. Mas depressa se adaptou à vida de Los Angeles, onde passa algum tempo por ano. Rui Pedro Tendinha, autor do referido artigo, diz que “já são famosas as festas na casa de Rui Costa Reis”, frequentada por actores como Zac Efron, Jamie Foxx ou Eddie Murphy.

Ajudado pelo seu filho Ricardo, começou por alguns projectos de pequena e média dimensão, mas depois aventurou-se em produções maiores, nomeadamente através de um contrato com a Sony.

Uma das produções mais ambiciosas em que investiu foi Phantom - O Submarino Fantasma, realizado por Todd Robinson, com os actores Ed Harris e David Duchovny nos papéis principais. O filme estreou no Verão de 2013 e foi um fracasso de bilheteira, tendo custado ao empresário angolano a perda de cerca de 25 milhões de dólares. Mas Rui Costa Reis não se mostrou incomodado com a situação, esperando poder vir a recuperar o investimento aquando da distribuição internacional do filme noutras plataformas – para isso criou uma rede de distribuição própria, que poderá vir a rentabilizar ajudando também à produção de filmes a preços mais baixos.

Quando escolheu apostar em Phantom - O Submarino Fantasma, Rui Costa Reis fê-lo – disse na citada entrevista ao Magazine JN/DN – porque tinha vontade de ver um filme de submarinos “à boa maneira de Caça ao Outubro Vermelho, com Sean Connery”.

 

 

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