Duas dezenas de generais e almirantes subscrevem petição de apoio ao Manifesto dos 74

João Cravinho diz que “os portugueses querem tratar com seriedade e com bastante determinação os problemas fundamentais do país, como é o caso da dívida”.

Mais de duas dezenas de militares de alta patente assinaram a petição, que se encontra online e que já recolheu quase 17 mil assinaturas, de apoio ao Manifesto dos 74, que defende a reestruturação da dívida portuguesa.

Os ex-chefes do Estado-Maior do Exército e da Armada, general Pinto Ramalho e almirante Melo Gomes, respectivamente, são dois dos principais subscritores do documento, que agora conta com o nome de mais 26 militares. 

Os tenentes-generais Carlos Ferreira e Costa, Mourato Nunes, João de Vasconcelos Piroto, Paiva Monteiro, Joaquim Formeiro Monteiro, Samuel Marques Mota e Mourato Cabrita constam da lista de subscritores, da qual fazem também parte os vice-almirantes João Neves, Conde Baguinho, Vargas de Matos, Teles Palhinha, Artur Sarmento e Correia Gonçalves.

A favor da reestruturação da dívida portuguesa estão também os majores-generais Augusto Sequeira, Norberto de Sousa Bernardes, Matos Coelho e Pires Nunes, os contra-almirantes Fernando David e Silva e Rui Abreu e ainda os coronéis Rodrigues Lopes, Santos Dias, Abílio Ferreira Gomes, Nunes Baltazar, Martins da Costa, José Fernandes Henriques, para além do major António Fernandes Baptista.

A petição, que se encontra online desde sexta-feira, visa conseguir que os deputados aprovem “uma resolução recomendando ao Governo o desenvolvimento de um processo preparatório tendente à reestruturação honrada e responsável da dívida”, como refere o movimento Manifesto dos 74 na sua página oficial.

O antigo ministro socialista das Obras Públicas João Cravinho, um dos rostos do manifesto, declarou à Lusa não estar surpreendido com o número de assinaturas obtidas até ao momento, considerando que tal demonstra que “os portugueses querem tratar com seriedade e com bastante determinação os problemas fundamentais do país, como é o caso da dívida”.

“Está claramente demonstrado que os cidadãos querem ver este assunto tratado e querem ver os interesses nacionais defendidos com força e com vontade de dar eficácia à reestruturação da dívida. Suponho que a única pessoa que se terá surpreendido é o dr. Paulo Rangel, pelas declarações que tem feito”, sublinhou João Cravinho.

Paulo Rangel, cabeça de lista da Aliança Portugal ao Parlamento Europeu, afirmou, no sábado, em Coimbra, que o Manifesto dos 74 “não teve a adesão dos portugueses”, que “já saiu da agenda” e que “ninguém fala dele”.

Ao contrário daquilo que os seus “promotores julgavam”, o documento, intitulado Reestruturar a dívida insustentável e promover o crescimento, recusando a austeridade, “não teve a repercussão que se esperava, nem teve a adesão dos portugueses”, sustentou Paulo Rangel.

Os portugueses “sabem que um perdão de dívida teria consequências catastróficas nesta altura para a sua vida diária” e não “apenas para o país”, sublinhou.

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