O manifesto vai ao Parlamento

Em poucas horas, o “manifesto dos 74”, que tanto irritou o Governo, ultrapassou o número de assinaturas necessárias para levar ao plenário da Assembleia da República a discussão que incendiou o país: devemos ou não avançar para uma reestruturação da dívida?

Não se sabe quando é que os deputados se dignarão a acolher este debate incómodo, mas sabe-se que, com esta iniciativa, os autores do manifesto deram uma dimensão diferente ao documento da polémica.

O “manifesto dos 74” conseguiu uma abrangência política sem precedentes. Mas seria impossível reunir todas essas figuras em torno de uma proposta política comum para resolver este problema.

Desafiando o Parlamento, os signatários tornam-se mais do que uma assinatura e transformam o manifesto não apenas num tema de debate, mas num objecto político interventivo. A cidadania, de que este manifesto é exemplo, fica a ganhar com isso. A democracia e o Parlamento também. 

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