Só Tottenham e Real Madrid facturaram mais do que o FC Porto com jogadores

“Dragões” geraram 282,7 milhões de euros desde a temporada 2008-09.

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Radamel Falcao foi um dos jogadores que deram lucro ao FC Porto Fernando Veludo/nFactos (arquivo)

O FC Porto foi a terceira equipa europeia que mais receitas gerou com transferências de futebolistas desde a época 2008-09, num total de 282,7 milhões de euros, indica um estudo do Observatório do futebol do Centro Internacional de Estudos do Desporto, na Suíça.

Na lista dos 30 clubes europeus que geraram mais receitas com a venda de jogadores nas últimas seis épocas, incluindo a janela de transferências que terminou em Janeiro, surge outro clube português, o Benfica, que realizou 174,3 milhões de euros.

O trabalho da instituição baseada na Suíça acrescenta que, nesta lista, apenas cinco clubes não pertencem actualmente às cinco maiores ligas (inglesa, espanhola, italiana, francesa e alemã): FC Porto (Portugal), Palermo (Série B italiana), Benfica (Portugal), Ajax (Holanda) e Portsmouth (terceira divisão inglesa).

No total, os clubes das cinco maiores ligas de futebol europeias (designadas no trabalho por big-5) geraram 12.490 milhões de euros, com os ingleses do Tottenham à cabeça. Os londrinos (que, no último Verão, venderam o galês Gareth Bale ao Real Madrid por uma verba estimada em 94 milhões de euros) facturaram 322,1 milhões de euros, seguidos do Real Madrid (303,7 milhões de euros), do FC Porto, do Liverpool (239,8 milhões de euros) e do AC Milan (229,5 milhões de euros).

Barcelona é apenas 15.º

Entre as surpresas no top 30 está o 15.º lugar do Barcelona (182,1 milhões de euros) e a completa ausência de clubes alemães. Quanto aos clubes franceses, surgem representados pelo Lyon (22.ª posição, com 149,3 milhões de euros) e pelo Lille (23.º com 149,1 milhões de euros).

Outra das surpresas é o 12.º lugar de um clube da segunda divisão italiana (Palermo, com 184,8 milhões de euros) e de outro da terceira divisão inglesa (Portsmouth, que facturou 119,5 milhões de euros desde 2008-09).

O documento do Observatório do futebol nota que, “uma vez que a maioria dos clubes citados também gastou quantias significativas para contratar jogadores, conclui-se que o actual sistema de transferências não consegue contrariar o crescente desequilíbrio competitivo entre os clubes”.

“[As conclusões] também sugerem que os clubes com maior histórico de formação de jogadores não estão a ser suficientemente recompensados financeiramente”, uma vez que as transferências mais lucrativas ocorrem maioritariamente entre os clubes mais ricos. Por outro lado, o mesmo organismo considera que “o actual sistema de transferências não previne eficientemente a instabilidade contratual”, uma vez que a mobilidade dos jogadores está a aumentar.

Segundo o Centro Internacional de Estudos do Desporto, esta instabilidade está associada ao aumento de acordos em que terceiros envolvidos detêm uma parte dos direitos dos jogadores, especialmente em transferências futuras. “A nossa análise evidencia que é necessária uma reforma do actual sistema de transferências”, conclui o Observatório, sugerindo que o dinheiro de uma transferência deveria ser redistribuído por todos os clubes em que o jogador actuou, em função do número de jogos que fez com cada emblema.

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