Trabalhadores das Lajes querem aproveitar atraso na redução dos EUA para debate alargado

Trabalhadores ganharam "algum tempo" e prometem redobrar esforços e "voltar à luta".

A Comissão Representativa dos Trabalhadores (CRT) portugueses na Base das Lajes quer aproveitar o tempo conseguido com o atraso na redução militar norte-americana para promover um debate alargado sobre a situação na sociedade açoriana.

"Não é uma boa ideia tratar da questão laboral isoladamente. O processo de redução é um processo único e, nessa medida, todas as entidades que representam a comunidade social e económica da ilha Terceira, desde logo as câmaras municipais, as câmaras de comércio e outras, têm, obviamente, de fazer parte desta discussão", salientou João Ormonde, presidente da CRT.

O representante dos trabalhadores portugueses na Base das Lajes falava aos jornalistas no final de uma reunião com o Sindicato dos Trabalhadores de Alimentação, Bebidas e Similares, Comércio, Escritórios e Serviços dos Açores, onde foi decidida a organização de um debate promovido pelas duas estruturas e que envolverá outras entidades regionais.

Segundo João Ormonde, os trabalhadores portugueses ganharam "algum tempo" no processo de redução da presença norte-americana na Base das Lajes, por isso, é necessário "redobrar esforços e voltar à luta".

"Por esta altura, e tendo em conta o que tinha vindo a ser anunciado até há relativamente pouco tempo, era de esperar que o processo estivesse quase concluído", frisou, explicando que a proposta inicial previa a redução militar norte-americana na Base das Lajes até ao final do Verão de 2014.

Os trabalhadores ainda não receberam "oficialmente indicação do contrário", mas, de acordo com João Ormonde, há "sinais" que os levam a acreditar que o cumprimento desse prazo "já não é viável".

"O que temos é uma situação de alguma forma confusa, porque vamos percebendo que o calendário que estava previsto não é realizável, mas também não sabemos em que é que isso vai dar", salientou, acrescentando que nada impede que a redução ocorra ainda em 2014, no próximo ano fiscal da Administração norte-americana.

Em Dezembro, a Câmara dos Representantes e o Senado dos EUA chegaram a um acordo orçamental que viabiliza o orçamento federal e evita nova paralisia dos serviços nos próximos dois anos. Esse acordo inclui uma alínea que adia a decisão sobre a redução da presença na Base das Lajes até à divulgação do Relatório de Avaliação das Infra-estruturas Europeias.

O relatório está a ser conduzido pela Secretaria de Defesa desde o início do ano passado e deve ser divulgado esta Primavera. Em 2013, os norte-americanos previam uma redução do seu contingente das Lajes em mais de 400 militares e 500 familiares com efeitos no Verão deste ano.

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