Passos Coelho nega agenda escondida de cortes

Líder do PSD criticou o PS perante uma plateia de deputados sociais-democratas reunidos para as jornadas parlamentares em Viseu.

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Paulo Pimenta
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Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro e líder do PSD, negou que haja uma agenda escondida de cortes na despesa, mas não adiantou qualquer valor preciso para a redução do défice que é necessária para o próximo ano.

Na abertura das jornadas parlamentares do PSD esta segunda-feira, em Viseu, o líder dos sociais-democratas aproveitou para criticar o que considerou ser a “incoerência” do PS ao admitir que não poderá repor salários e pensões de imediato e ao mesmo tempo contestar os cortes no Tribunal Constitucional.

Perante uma plateia de deputados do PSD, Passos Coelho aproveitou para dar mais alguma informação sobre a redução do défice, depois deste fim-de-semana o comentador televisivo e ex-líder do PSD Marques Mendes ter avançado que já começou a ser discutida no Governo uma redução de despesa entre 1,5 mil milhões e 1,7 mil milhões de euros para o próximo ano. O primeiro-ministro garantiu que o Governo português ainda está à espera de dados de Bruxelas sobre contabilidade para saber o valor exacto de redução do défice nominal.

Apareceram partidos a dizer que há uma agenda escondida de cortes. Ora não há nada escondido, não há mais nada público do que isto”, afirmou, numa intervenção de mais de 35 minutos e após a qual não respondeu a perguntas dos jornalistas. Passos Coelho respondia, isso sim, ao PS que esta manhã já tinha pedido esclarecimentos sobre este assunto pela voz de um dos seus dirigentes nacionais.

O líder do PSD aproveitou também para criticar os socialistas por concordarem com a ideia de que a reposição de pensões e salários, caso vençam as eleições de 2015, tem de ser gradual.

“E eu concordo (….) Não vai ser possível como disse o PS repor automaticamente salários e pensões. Faço uma pergunta: porque se insiste em pedir a inconstitucionalidade dessas medidas? Parece uma contradição (…). Se em 2015 não vai ser possível repor, muito menos em 2014 então porque é que se pede a inconstitucionalidade?", questionou. E insistiu: "Não podem é dizer que não querem mais cortes e querer atingir a meta do próximo ano. Não bate a bota com a perdigota”.

Ao lado de Paulo Rangel e de Fernando Ruas (os únicos candidatos da lista do PSD às europeias, à excepção de Mendes Bota que estavam na plateia), Passos Coelho rebateu a proposta do líder do PS, António José Seguro, sobre a mutualização da dívida a nível europeu.

"Para quê [essa proposta de mutualização]? Para poder ter mais défice. Alguém está à espera com honestidade que uma ideia destas tenha sentido na Europa? Se um dia existir um mecanismo deste género, e é natural que exista, não é para aumentar a sua dívida, é para a diminuir mais depressa”, afirmou.

Passos Coelho argumentou com o esgotamento do próprio projecto europeu: “Uma Europa dessas é o fim da Europa, nunca os europeus aceitarão que uns poupam e têm rigor e outros andam a gastar”.

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