Maioria das bases militares da Crimeia sob comando russo

Tropas russas forçaram entrada numa base perto de Sebastopol onde os soldados ucranianos recusaram abandonar os seus postos.

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Militar ucraniano de guarda à base da cidade de Belbek Shamil Zhumatov/Reuters

Já sobram poucas bases na península da Crimeia controladas por militares ucranianos. Este sábado, milícias pró-russas tomaram mais uma, enquanto militares russos forçaram com apoio de blindados a entrada numa das últimas instalações militares onde os ucranianos resistiam, a base da cidade de Belbek, perto de Sebastopol, o porto que é a casa da Frota do Mar Negro da Marinha russa.

Desde o referendo de há uma semana, onde a maioria dos habitantes da península escolheu abandonar a Ucrânia e integrar a Federação Russa, que as forças russas têm ocupado as bases da Crimeia, uma a uma, quase sem resistência nem violência. Mas no início da semana um militar ucraniano foi morto em Simferopol, a capital da Crimeia, e este sábado um soldado foi ferido na base de Belbek.

O comandante desta base, Iuli Mamshur, não cumpriu o ultimato dado pelos russos durante a manhã e estes acabaram por entrar apoiados por blindados e a disparar para o ar, apontando as suas armas aos ucranianos. Depois, Mamshur explicou aos jornalistas que iria ser levado para negociar com os russos para um local desconhecido. Com ele ia o soldado ferido. Questionado sobre se contava regressar em segurança, respondeu: “Isso não sabemos. Para já estamos a colocar as nossas armas no armazém da base”. Os militares aplaudiram e gritaram “Longa vida à Ucrânia” enquanto Mamshur era levado.

Mais tarde, a AFP denunciou que soldados russos confiscaram material e cartões de memória das câmaras com imagens da entrada dos militares aos jornalistas que se encontravam junto a esta base.

Ao longo do dia foi tomada uma outra base, no ocidente da Crimeia, esta ocupada por centenas de manifestantes pró-russos desarmados.

Sábado também foi o dia em que forças russas passaram a controlar o único submarino da Marinha ucraniana, o Zaporizhzhia, que se encontrava numa baía perto de Sebastopol. De acordo com a agência de notícias ucraniana UNN, o submarino foi cercado por navios russos e atacado com granadas de fumo, o que levou parte da tripulação a fugir. Os que ficaram, dizem marinheiros citados pela UNN, decidiram servir as autoridades russas.

Moscovo diz que já controla 54 dos 67 barcos que a Marinha ucraniana tinha estacionados na Crimeia, incluindo oito navios de guerra. “Até 21 de Março, dos mais de 18 mil militares das Forças Armadas da Ucrânia no território da República da Crimeia, menos de 2000 manifestaram o desejo de serem enviados para a Ucrânia”, garante num comunicado o Ministério da Defesa.

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