A Unicer garantiu esta quinta-feira que o projecto de criação de uma fábrica de cerveja em Angola se mantém e conheceu “uma evolução positiva desde Agosto do ano passado”, aguardando pelo “licenciamento por parte das agências governamentais”.

João Abecasis, presidente executivo da cervejeira, disse ao PÚBLICO que gostaria que o processo estivesse mais adiantado, mas mantém a expectativa de que a produção de cerveja em solo angolano possa “arrancar em 2016”.

O gestor, que assumiu a presidência da comissão executiva no ano passado, na sequência da saída de Pires de Lima para o Governo, nega que haja problemas com as quatro empresas angolanas parceiras do negócio, embora reconheça que “gostaria que o investimento já estivesse mais adiantado”.

A Única, empresa criada para concretizar o investimento em Angola, é detida em 49% pela Unicer e no restante pelos empresários angolanos Armando Cruz (Imosil), Joaquim David e Botelho Vasconcelos (Giasop), Carlos Fernandes (Emprominas) e António Silva (A. J. Silva).

O projecto de criação de uma fábrica da Unicer em Angola já se arrasta desde 2005, ou seja, desde o tempo em que Ferreira de Oliveira, actual presidente da Galp Energia, estava à frente da cervejeira.

João Abecasis destaca que o investimento se reveste de alguma complexidade, dado que pretende ser um projecto de fileira, sendo desejável "o abastecimento local de malte”.

Sobre a evolução dos negócios da Unicer, o gestor manifestou-se confiante no crescimento das vendas no mercado interno e nas restantes geografias onde opera. Em Portugal, esse crescimento seria alavancado com uma descida do IVA na restauração. "Aquilo que temos verificado ao longo da crise é que houve resiliência do desenvolvimento do negócio das grandes superfícies, mas o canal da restauração foi extremamente atacado”, afirmou João Abecasis, assumindo-se “particularmente ansioso pelo pós-troika", que permita uma descida do imposto.