O separatismo e a glória de Putin

Como se previa, Moscovo rejubilou com a anexação da Crimeia e zombou das sanções solenes do Ocidente: o parlamento russo, que deve aprovar ainda esta semana a entrada da Crimeia na Federação Russa, aprovou uma moção a pedir a Barack Obama e à União Europeia que alarguem as sanções aprovadas a todos os deputados russos, e não apenas aos políticos considerados “ideólogos” do separatismo da Crimeia face à Ucrânia. E esta é uma palavra que vamos ouvir muitas vezes, por estes dias: separatismo. Impávida face ao referendo da Crimeia e aos perigos que ele envolve, a Rússia lembra o Kosovo, diz que o Ocidente tem dois pesos e duas medidas, e joga com velhos fantasmas que ainda pairam sobre a política internacional. Mesmo que o tenham subtraído ao G8, agora G7, o tempo é de medição de forças e de glória, mesmo que efémera, para Putin. Os dias que se seguem serão cruciais para ver se o que parece tremer não acabará mesmo por ruir.

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