Maioria dos casais inférteis aceita doar embriões para investigação

Estudo revela que Portugal é um dos países onde os casais inférteis se mostram mais disponíveis para doar embriões à investigação.

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Reuters

O Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) discute na próxima terça-feira os resultados de um estudo que procurou perceber as motivações dos casais inférteis para doarem ou não os seus embriões à investigação científica.

O estudo “Saúde, governação e responsabilidade na investigação em embriões: as decisões dos casais em torno dos destinos dos embriões”, coordenado pela investigadora Susana Silva, conclui que 85% dos casais inférteis aceitam doar os seus embriões para investigação, sendo que as mulheres e homens católicos revelam uma maior disponibilidade, em comparação com não-católicos e ateus. Numa relação com o exterior, sustenta a investigadora, Portugal é um dos países onde os casais se mostram mais receptivos à doação.

O estudo procurou analisar também a perspectiva dos casais em relação ao limite máximo da criopreservação de embriões, no qual 75% da amostra concorda que o prazo deveria ser alargado. Este resultado ganha relevância política na medida em que espelha a necessidade de definir os limites legais de preservação dos embriões.

A lei portuguesa já contempla a possibilidade dos casais doarem embriões para investigação, regulação ao cargo do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida e o avanço da investigação dependente da permissão dos casais em questão. Uma vez consentida por parte dos casais, essa decisão de doar os embriões é válida durante os três anos que se seguem (limite baixo em comparação com o de outros países europeus).

Estas e outras questões – como o limite máximo da criopreservação – serão discutidas na próxima terça-feira, no Porto, numa  sessão conta com a presença de Eurico Reis, Presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida e de Helena Machado, investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

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