Cartões representam 22% dos pagamentos na Europa Ocidental

Cheques são um método de pagamento já quase inexistente em muitos países, nota a Autoridade Bancária Europeia.

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Em regra, em Portugal, os pagamentos contactless são usados em pagamentos inferiores a 20 euros Público

Os cheques e as transacções em dinheiro estão a perder peso como forma de pagamento em vários países da Europa Ocidental, onde os cartões e os pagamentos electrónicos já somam perto de um terço das transacções. Dados complicados pela Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla inglesa) mostram que, em 2013, 22% dos pagamentos foram feitos com cartão e 9% por pagamento electrónico directo.

Enquanto na Europa Ocidental 68% das transacções foram feitas em dinheiro (os restantes 1% dizem respeito a outras formas de pagamento não detalhadas pela EBA), no grupo de países da Europa de Leste considerados pela entidade de supervisão, os pagamentos com cartão são ainda muito residuais, representando apenas 5% do total (94% dos pagamentos são em dinheiro e só 1% em pagamentos electrónicos directos).

Dez anos antes, o peso do pagamento com cartões na Europa Ocidental já era superior àquele que em hoje nos países da Europa de Leste considerados pela EBA no relatório (República Checa, Hungria, Polónia e Roménia). No grupo dos países da Europa Ocidental, a entidade de supervisão inclui a Áustria, a Dinamarca, França, a Alemanha, a Grécia, a Itália, a Holanda, a Noruega, Portugal, Espanha, a Suécia e o Reino Unido.

Isto ao mesmo tempo em que os métodos de pagamento não tradicionais podem representar “uma séria concorrência aos serviços de pagamento oferecidos pelos bancos”, enfatiza a EBA num relatório recente sobre as tendências de consumo  e formas de pagamentos.

A EBA nota que ainda há algumas diferenças entre os diferentes mercados no que toca ao tipo de pagamentos. Se os cheques “ainda são revelantes num pequeno número de países”  — que a EBA não detalha —, noutros, esta forma tradicional de pagamento já é quase inexistente.

Em 2012, e com a Europa em plena crise económica, o crédito ao consumo esteve em queda na esmagadora maioria dos países da União Europeia, num contexto da diminuição dos empréstimos às famílias que se seguiu à contracção do mercado interbancário.

Dos 28 países considerados (incluindo já a Croácia, que viria a entrar na UE em 2013), só na Finlândia, na Eslováquia e na Suécia houve um aumento do crédito ao consumo. Nos outros países, a contracção percentual chegou mesmo aos dois dígitos em sete países, com descidas pronunciadas na Croácia (-19,4%), Hungria (-16,9%), Irlanda (-15,8%), Letónia (-12%), Portugal (12,6%), Roménia (-10,8%) e Eslovénia (-11%).

A tendência de contracção mantinha-se em Dezembro do ano passado, com alguns países a registarem agora descidas menos acentuadas, mas ainda assim elevadas (como é o caso de Portugal, onde a queda homóloga foi de 9,6%).

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