Paolo Pinamonti será consultor artístico do São Carlos por três anos

Programação prevista até Junho inclui três óperas em versão concerto.

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Barreto Xavier disse que mandatos de Pinamonti à frente do São Carlos o tornaram numa referência Rui Gaudêncio

Paolo Pinamonti será consultor para a programação do Teatro Nacional São Carlos (TNSC) e não está prevista a nomeação de um director artístico enquanto esta situação se mantiver. Esta é a principal novidade da conferência de imprensa que nesta quinta-feira de manhã juntou no Salão Nobre do TNSC Pinamonti, o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, e os recém-empossados membros do conselho de administração do Opart, o organismo que gere o teatro e a Companhia Nacional de Bailado (CNB), José António Falcão e João Pedro Consulado.

Pinamonti confirmou ao PÚBLICO que o contrato com o TNSC é para três anos, acompanhando assim o mandato da nova administração, que inclui ainda o pianista Adriano Jordão como vogal e com quem o actual director do Teatro da Zarzuela dialogará, sem contudo assumir a responsabilidade da programação. “Pediram-me ajuda e pela minha relação afectiva com o São Carlos decidi aceitar”, explicou, reatando assim uma relação interrompida em 2007, depois de dois mandatos que, disse o próprio secretário de Estado, haviam tornado o São Carlos num teatro de referência.

Os contornos desta colaboração são, contudo, diferentes. Pinamonti, que saiu do TNSC em ruptura com o modelo de fusão com a CNB, não deixará Madrid e apenas acompanhará as produções “no que for possível”, auxiliando a direcção na “recredibilização do teatro”, tanto o ponto de vista artístico como financeiro. “Não é fácil ter uma visão optimista perante esta situação financeira”, admitiu Pinamonti, que contará com uma verba de um milhão de euros para a temporada restante. Um dos objectivos a médio e longo prazo, admitiu, é voltar a poder apresentar uma temporada de Outubro a Junho, não havendo compromisso sobre se a próxima temporada poderá já funcionar nesses moldes.

Até Junho o TNSC apresentará El Gato Montés, que estreia sexta-feira, 7 de Março, uma produção vinda do Teatro da Zarzuela, e três versões de concerto das óperas Poliuto, de Donizetti (16 a 21 e Abril), La Gioconda, de Ponchielli (de 13 a 17 Maio, com Elisabete Matos como protagonista), e Norma, de Bellini (de 4 a 8 Junho). Serão ainda apresentados dois concertos sinfónicos (15 Março e 6 Abril), um ciclo de cinema focado na relação entre Charles Chaplin e a música, e uma reposição de O Doido e a Morte, de Alexandre Delgado, com encenação de Joaquim Benite (Maio, em Almada).

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