Liderança feminina nas tecnologias de informação e comunicação não chega a um quinto

“A tecnologia é demasiado importante para ser deixada para os homens”, diz Neelie Kroes, vice-presidente da Comissão Europeia.

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Menos de 30% da força de trabalho em ICTs é feminina Vincent West/Reuters

Os números são da Comissão Europeia e revelam que as TIC (tecnologias de informação e comunicação) na Europa são ainda uma área maioritariamente masculina. Apenas 19% da gestão e de empresas de TIC têm mulheres nos cargos de liderança, enquanto nove entre 100 europeus que desenvolvem aplicações são do sexo feminino. “A tecnologia é demasiado importante para ser deixada para os homens”, diz Neelie Kroes, vice-presidente da Comissão Europeia (CE)

O organismo europeu lançou esta quinta-feira uma campanha para encontrar e assinalar mulheres que sejam um exemplo nesta área e encorajem outras, incluindo as mais jovens, a procurar uma carreira no mundo das TIC. Às mulheres, mas também aos homens, a CE pede que criem vídeos onde falem das suas carreiras e do sucesso das suas criações digitais. Os vídeos devem ser partilhados na página do Facebook da Every Girl Digital.

“Queremos criar uma plataforma para as mulheres contarem as suas histórias de como chegaram mais longe na tecnologia. E há tantas histórias de sucesso por aí fora, por isso partilhem as vossas e ajudem-nos a inspirar a nova geração”, apela Neelie Kroes, em comunicado.

Para exemplificar o número ainda baixo da presença de mulheres no meio, a CE indica que menos de 30% da força de trabalho em TIC é feminina e 3% (menos 7% que os homens), tem formação superior na área da computação.

Um estudo divulgado pela Comissão Europeia em Outubro do ano passado indicava ainda que entre mil mulheres com um bachalerato ou outro grau de habilitação académica, apenas 29 tinha uma graduação em TIC, muito menos que os 95 homens com a mesma qualificação. Os valores tornaram-se ainda mais residuais quando se fala em mulheres a trabalhar naquela área. Apenas quatro em mil irão trabalhar eventualmente naquele sector.

O lançamento da campanha da CE pretende reforçar estes números através do melhoramento da imagem da indústria digital, do peso da mulher na área através da oferta de planos de carreira mais claros, do acesso a programas de capital por empresárias e das condições de trabalho nas TIC.

Aplicadas estas recomendações para diminuir a desigualdade de género neste caso, a CE estima que angariar mais mulheres para o mundo do trabalho digital poderia traduzir-se num impulso anual do Produto Interno Bruto europeu de nove mil milhões de euros anuais.

“A tecnologia é demasiado importante para ser deixada para os homens! Todas as semanas conheço mais e mais mulheres inspiradoras na tecnologia”, conclui a vice-presidente da Comissão Europeia.

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