PS: Governo quer esconder resultado fundamental da avaliação

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O PS encara a situação com “grande preocupação”, disse Eurico Brilhante Dias Filipe Arruda

O PS acusou nesta sexta-feira o Governo de querer esconder dos portugueses o "resultado fundamental" da 11.ª avaliação da troika ao programa de ajustamento português, lembrando que a "verdade" passará por mais cortes nos próximos anos.

"O país teve mais do mesmo [na 11.ª avaliação]. Terá ainda cortes para implementar em 2014, mais cortes adicionais para implementar em 2015, e ainda mais cortes para implementar em 2016", disse Eurico Brilhante Dias, membro do Secretariado Nacional do PS.

Apesar do "esforço de ocultação" do Governo, "é evidente que o resultado são mais cortes, adverte o socialista, que depois critica a "propaganda" do Governo.

"O Governo vem dizendo que há boas notícias. Mas as boas notícias não servem para mascarar o essencial. O país não cumpriu os objectivos de dívida pública, défice, crescimento do PIB. O país não cumpre os objectivos de desemprego", declarou Eurico Brilhante Dias.

O não cumprimento destas metas leva a uma confrontação com a ´troika' que reclama mais cortes do Estado português, e o Executivo liderado por Pedro Passos Coelho "está disponível para aplicá-los", diz o PS.

"O Governo português comprometeu-se a apresentar nas próximas semanas novas medidas, cortes à troika. E o cheque ficou condicionado à apresentação dessas medidas do Governo", sublinhou o membro do Secretariado Nacional do partido.

Eurico Brilhante Dias disse ainda que o PS "nunca teve dúvidas" que o fim do programa de resgate é o dia 30 de Junho de 2014, tendo feito essa pergunta aos elementos da ?troika' que estiveram em Portugal para a 11.ª avaliação.

"É óbvio que aquilo que está nos documentos é o fim do primeiro semestre de 2014. E por isso tivemos a óbvia notícia: o dia 17 de maio, os cronómetros que vêm sendo plantados pelo mais, não são mais que propaganda eleitoral", disse o socialista.

Sobre os apelos do Governo aos consensos com o PS, Eurico Brilhante Dias diz que o Executivo tem um "confronto com a sociedade portuguesa e não com o PS", que "há mais de dois anos e meio que vem dizendo que a estratégia está errada".

"Durante estes anos, nunca o PS foi ouvido. Nunca foi relevante considerar as propostas do PS. Sistematicamente as nossas propostas foram recusadas na Assembleia da República. Mesmo quando o PS procurou entendimentos (?) isso foi recusado. Quando o Presidente da República propôs um acordo interpartidário para o pós-troika, mais uma vez as nossas propostas foram recusadas", recordou o secretário nacional do PS.

 

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