CDS vai ter Nuno Melo em 4.º e Diogo Feio em 8.º na lista da coligação para as europeias

Fernando Ruas e Teresa Leal Coelho são nomes do PSD apontados para a lista de candidatos ao Parlamento Europeu.

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Diogo Feio fica na zona cinzenta da lista acordada por Portas com o PSD Paulo Pimenta

A lista da coligação PSD/CDS para as eleições europeias já foi fechada entre Passos Coelho e Paulo Portas, que foi mandatado nesta sexta-feira à noite pelo partido para assinar o acordo. Os nomes ainda não foram revelados, mas o PÚBLICO sabe que Nuno Melo, cabeça de lista do CDS nas últimas europeias, será agora quarto e que Diogo Feio ocupará o oitavo lugar da lista, correndo assim o risco de não ser eleito.

A lista deverá ser divulgada oficialmente este fim-de-semana, antes de serem conhecidos os nomes do PS. Até agora, do lado socialista, só o cabeça de lista Francisco Assis foi anunciado. A maioria PSD/CDS, ao que o PÚBLICO apurou, queria antecipar-se ao PS na divulgação da lista completa dos candidatos.

Pelo PSD, é certo que na lista encabeçada por Paulo Rangel se mantém Carlos Coelho, também actual eurodeputado. Surgem como candidatos muito fortes a integrar a lista Fernando Ruas, presidente da mesa do congresso e antigo presidente da Câmara de Viseu, e Teresa Leal Coelho, vice-presidente do PSD. Há quem lembre o paralelismo do percurso desta dirigente nacional do partido, que se demitiu da vice-presidência da bancada por estar contra o referendo da co-adopção, com o de Assunção Esteves, actual presidente da Assembleia da República, que integrou a lista europeia em 2004 depois de ter violado a disciplina de voto numa votação sobre o aborto.

Para a lista da coligação às eleições europeias de 25 de Maio foi ainda sugerido pelo PSD-Açores o nome de Berta Cabral, actual secretária de Estado da Defesa, mas Passos Coelho não queria mexer no Governo nesta altura.  

Nuno Melo, que é vice-presidente do partido, ocupará a quarta posição, mas Diogo Feio, que foi o segundo da lista do CDS em 2009, pode ficar numa situação mais difícil, tendo em conta uma possível penalização da coligação nas urnas. Nas últimas europeias, o PSD elegeu oito eurodeputados e o CDS conseguiu dois. Por isso, quem ficar abaixo do oitavo lugar na lista arrisca-se a não ser eleito, até porque o total de eurodeputados portugueses vai diminuir por causa da adesão da Croácia, passando de 22 para 21. Mas do lado dos sociais-democratas também ninguém quer arriscar lugares perante a expectativa de um resultado aquém do das duas últimas eleições europeias. Em 2009, os sociais-democratas elegeram oito eurodeputados (com 31,7% dos votos) e em 2004 a coligação PSD/CDS (que estava no Governo) conseguiu nove mandatos (com 37,5%).

As conversações entre Passos e Portas basearam-se em critérios “objectivos”, segundo os centristas, e na comparação das últimas eleições europeias. Em 2004, os centristas colocaram Luís Queiró em quarto lugar e José Ribeiro e Castro na nona posição, tendo sido o último eurodeputado eleito. Mas a redução do número de eurodeputados eleitos por Portugal pode ter baralhado as contas e as posições do CDS, até porque a lista da coligação também está obrigada a cumprir a lei da paridade.

Nesta sexta-feira à noite, a comissão política do CDS deu mandato ao líder do partido para celebrar o acordo de coligação, de forma a que na manhã deste sábado documento seja assinado pelos dois líderes partidários numa cerimónia pública.

No domingo, o acordo e a lista da coligação são aprovados pelos órgãos máximos do PSD.

A decisão de avançar para as eleições europeias em coligação pré-eleitoral foi tomada na sequência da crise política do Verão passado e foi legitimada pelos congressos dos dois partidos, em Janeiro e Fevereiro.

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