Acções na costa alertam para necessidade de metas mais ambiciosas no clima

Um dos principais impactes das alterações climáticas está relacionado com a subida do nível do mar.

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A falta de sedimentos está a afectar o litoral perto de Aveiro Paulo Pimenta (arquivo)

A Quercus escolheu cinco pontos da costa portuguesa para acções de alerta para a subida do mar devido às alterações climáticas, iniciativa integrada num projecto europeu que quer metas mais ambiciosas na área do clima.

Em Março, a Europa vai analisar a definição de metas de redução de emissões de gases com efeito de estufa, a aposta em termos de energias renováveis e de eficiência energética, para 2030.

"Queremos que essas metas sejam extremamente ambiciosas e o pacote que está para análise dos ministros e chefes de Estado é muito pouco ambicioso", disse hoje à agência Lusa Francisco Ferreira, da Quercus.

A associação ambientalista defende "uma redução que vá até 55% das emissões de gases com efeito de estufa entre 1990 e 2030, cerca de 40% de aposta nas energias renováveis em 2030 e metas para a eficiência energética da mesma ordem", como realçou Francisco Ferreira.

No âmbito da Semana de Acção pelo Clima, que decorre até sábado, as organizações não-governamentais reunidas da Rede Europeia de Acção Climática têm iniciativas por toda a Europa para "exigir aos decisores políticos europeus que tomem a tempo as decisões certas" para parar o aumento das emissões dos gases com efeito de estufa.

Cinco pontos da costa portuguesa foram escolhidos pela Quercus para acções de alerta para a subida do mar devido às alterações climáticas.

Em Portugal, no início da manhã de hoje, a Quercus fez fazer "soar o alarme" em Lisboa (no Cais das Colunas, no Terreiro do Paço), Porto (na Foz), Ílhavo (Praia da Barra), Leiria (Praia do Pedrogão) e Costa da Caparica.

Um dos principais impactes das alterações climáticas está relacionado com a subida do nível do mar, que, à escala mundial, pode atingir cerca de um metro no ano 2100, segundo uma informação da associação ambientalista.

"A Europa vai ter de tomar decisões fundamentais em relação às alterações climáticas e para resolvermos um problema com o qual já estamos a lidar e com o qual Portugal já tem vindo a confrontar-se nos últimos meses, com dois eventos meteorológicos extremos que causaram ondulação marítima fortíssima com consequências grandes para a nossa costa", referiu o especialista da Quercus.

"Temos de tomar decisões fundamentais e a Europa, que tem sido muitas vezes líder na política climática, tem agora uma oportunidade que não pode perder" pois só assim conseguirá convencer outros parceiros mundiais de modo a obter um acordo climático global, em 2015, acrescentou.

Para Francisco Ferreira, "Portugal é dos países com uma visão mais ambiciosa, [mas] que ainda poderá ser melhorada".

Os chefes de Estado e de Governo europeus vão reunir-se em Março para decidir o futuro das políticas de energia e clima para os próximos 15 anos.

A Comissão Europeia apresentou em Janeiro o novo quadro de política climática e energética, que prevê a diminuição das emissões de gases com efeito de estufa em 40% até 2030 e o aumento para 27% da contribuição das energias renováveis no total do consumo energético.

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