Lucro da Jerónimo Martins sobe 6% para 382 milhões de euros

Vendas subiram 10,7% para 11.800 milhões de euros.

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Maior do investimento foi canalizado para a Polónia, num total de 402 milhões de euros Enric Vives-Rubio

O resultado líquido atribuível à Jerónimo Martins cresceu 6% no ano passado, face a 2012, para 382 milhões de euros, "impactado pelas perdas geradas pelos novos negócios", anunciou nesta terça-feira a dona da rede de supermercados Pingo Doce.

"Excluindo as referidas perdas, o resultado líquido cresceu 13%", refere a Jerónimo Martins em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Em igual período, as vendas subiram 10,7% para 11.800 milhões de euros, informação que o grupo liderado por Pedro Soares dos Santos já tinha divulgado no início de Janeiro. Se for excluído o efeito cambial, o crescimento foi de 11,1%. O resultado antes de impostos, juros, amortizações e depreciações (EBITDA) subiu 5,1% no ano passado, face a 2012, para 777,1 milhões de euros.

O presidente do grupo, Pedro Soares dos Santos, afirma no comunicado que 2013 foi "um ano exigente e de grandes desafios", nomeadamente com o início das operações na Colômbia, em Março, com a rede de supermercados Ara, que contava com 36 lojas, no final de Dezembro.

Apesar do "contexto recessivo" de Portugal no ano passado, "o Pingo Doce apresentou um desempenho muito positivo, fruto de uma dinâmica promocional intensa e geradora de oportunidades de poupança, real e imediata, para as famílias", adianta o presidente, citado no comunicado.

Em relação à Polónia, onde o grupo tem a rede de retalho Biedronka, Pedro Soares dos Santos adianta que esta iniciou, em Julho passado, "um reposicionamento da sua estratégia comercial, juntando aos preços baixos uma lógica promocional de elevado impacto, que se foi reforçando ao longo do semestre".

Nos países onde a Jerónimo Martins está presente - Portugal, Polónia e Colômbia -, o presidente do grupo considera que a empresa foi capaz de "construir um conjunto de resultados sólido e confirmar" a capacidade de geração de cahs flow "mesmo perante a exigência" dos investimentos realizados.

"Estamos, por isso, bem preparados para enfrentar 2014, um ano em que esperamos que o ambiente económico e concorrencial se mantenha difícil e intenso nos diferentes países", adianta.

"A Biedronka, na Polónia, mantém-se como a nossa primeira prioridade estratégica, o nosso principal destino de investimento e o nosso motor de crescimento", conclui Pedro Soares dos Santos, no comunicado.

Na Polónia, as vendas like-for-like [tendo em conta o mesmo número de lojas] cresceram 4,2%, acima do mercado (que cresceu 2,6%). Em Portugal, as vendas like-for-like no Pingo Doce subiram 3,6% (o mercado subiu 1,1%), enquanto o grossista Recheio viu as vendas like-for-like avançarem 0,4%, "num mercado em plena contracção". Em 2013, as vendas do Pingo Doce registaram um crescimento de 3,9% para 3.181 milhões de euros e as do Recheio cresceram 1,6%.A Biedronka manteve-se em 2013 como "o principal destino do programa de investimento, absorvendo 402 milhões de euros com a inauguração de 280 lojas e dois novos centros de distribuição". O Pingo Doce abriu quatro unidades e finalizou o novo centro de distribuição regional no Sul, que foi inaugurado a 13 de Fevereiro.

"Cerca de 30% do investimento total realizado pelo grupo foi direccionado para a manutenção e remodelação de lojas na Polónia e Portugal", refere a empresa em comunicado. O negócio da Hebe, na Polónia, atingiu vendas de 59 milhões de euros no ano passado, totalizando 104 lojas, enquanto a colombiana Ara registou vendas de 21 milhões de euros (36 lojas).
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