Ministro nega que grandes hospitais recusem tratar doentes fora da sua área de influência

O Ministro da Saúde, Paulo Macedo, explica que os critérios de admissão a consultas dos doentes foram revistos para não esvaziar os hospitais de proximidade. Os doentes devem ser encaminhados para os grandes hospitais “para aquilo que é necessário”, defende.

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Público (arquivo)

O Ministro da Saúde, Paulo Macedo, recusou esta terça-feira, em Braga, que os principais hospitais do país estejam a recusar tratar doentes que não estejam na sua área de influência. De acordo com o governante, o que foi feito foi rever os critérios de admissão a consulta dos doentes que não estavam referenciados para aquelas unidades hospitalares, de modo a evitar um esvaziamento dos hospitais de proximidade.

Esta terça-feira, o Diário de Notícias titulava que os grandes hospitais “recusam tratar doentes de província”. Depois do hospital de S. João, no Porto, e do de Santa Maria, em Lisboa, também o São José, na capital, teria deixado de receber doentes fora da sua área de influência. Paulo Macedo responde que “não há recusa de um hospital a receber doentes fora da área de residência”.

O ministro falava à margem da conferência sobre os desafios do futuro na área da Saúde, que decorre na Reitoria da Universidade do Minho, em Braga. Macedo sublinha que não se pode dizer aos doentes “que podem ir todos os hospital central para tudo”, uma vez que há unidades de proximidade que podem oferecer tratamentos em várias áreas. Os doentes devem ser encaminhados para os grandes hospitais “para aquilo que é necessário”, defende.

Hospitais como o S. João, o S. José e o Santa Maria recebem doentes de uma grande área geográfica, que são referenciados pelas unidades de proximidade. Essa é uma regras que existe no Serviço Nacional de Saúde “há anos”, sublinha Paulo Macedo. O que foi feito mais recentemente pelas administrações dos centros hospitalares em articulação com a tutela foi averiguar quais os motivos pelos quais os doentes recorriam às consultas dos hospitais centrais sem serem referenciados.

“Podiam ter uma patologia diferente ou qualquer outra coisa que o hospital da sua área de residência não pudesse fornecer”, explica o ministro da Saúde. Nos casos em que esse motivo não existe, os doentes eram recusados. Essa é uma medida para proteger os hospitais mais pequenos, afirma o governante: “Se todos acorrerem a um hospital central mais diferenciados, o financiamento vai cada vez mais para esse hospital e os hospitais de proximidade ficam sem financiamento”. Paulo Macedo continua a defender que a Saúde “deve caminhar para uma liberdade de escolha progressiva”, mas essa é uma realidade que “tem várias consequências que têm que ser bastante bem medidas”, entre as quais este esvaziamento dos hospitais mais pequenos.

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