Ministro da Defesa acusa PS de ser "oportunista" ao anunciar inquérito aos submarinos

Socialistas vão apresentar proposta para um comissão parlamentar de inquérito.

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Ministro diz que o PS apenas quer retirar mediatismo ao congresso do PSD Daniel Rocha

O ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, considera que a proposta do PS de avançar para uma comissão de inquérito à aquisição de submarinos e dos Pandur "não é séria" e serve para apagar mediaticamente o congresso do PSD.

À entrada para a reunião magna dos sociais-democratas, Aguiar-Branco considerou que a proposta de criar aquela comissão de inquérito "não é séria" vindo de quem "esteve no Governo tantos anos" e que "só no dia do congresso é que ocorreu [ao PS] falar". "É um juízo de oportunidade, não é uma declaração séria", afirmou o ministro, acrescentando que o objectivo dos socialistas é "queimar o mediatismo deste congresso".

O PS anuncia este sábado a proposta para criar uma comissão parlamentar de inquérito à compra de submarinos e das viaturas blindadas Pandur, feita pelo então ministro da Defesa Paulo Portas, no anterior governo PSD/CDS. 

Já o ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, recusou comentar a intenção do PS por não pretender "dar tempo de antena" aos socialistas no congresso do PSD. Apesar de assumir que não conhece o tema, o vice-presidente do PSD garantiu que "este Governo tem sido de uma total transparência em relação a tudo". E reiterou a necessidade de um "acordo" com os socialistas, como o pedido há sete meses pelo Presidente da República, Cavaco Silva, após a crise de Governo do Verão passado.

Seguro desafiado a trabalhar no enriquecimento ilícito
Outra alta dirigente do PSD, Teresa Leal Coelho, optou por responder ao anúncio do PS  com um desafio a António José Seguro para trabalhar em conjunto com os sociais-democratas num projecto de lei que criminaliza o enriquecimento ilícito. "Uma das injunções que lanço daqui é que António José Seguro possa participar brevemente na criminalização do enriquecimento ilícito para combater a corrupção", desafiou a Teresa Leal Coelho, vice-presidente do PSD. A dirigente referiu que "o texto está a ser trabalhado juntamente com o CDS" para ser apresentado, depois de uma primeira iniciativa ter sido chumbada pelo Tribunal Constitucional. Segundo Teresa Leal Coelho, esse novo diploma poderá ser apresentado "dentro de semanas".

Lançando críticas à forma como o PS "inventou" uma comissão de inquérito, José Matos Correia, presidente da comissão de Defesa, deixou quase implícito que a iniciativa não vai ter luz verde da maioria. "Há dez anos, o PS tentou instrumentalizar a questão da Universidade Moderna para causar dificuldades à coligação e agora tenta novamente, não se sabe bem porquê. Não terá sucesso desta vez", afirmou o deputado para quem esta iniciativa representa a "confissão da incapacidade do PS" em ser oposição.

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