Almada quer "respostas imediatas" do Governo sobre danos na Caparica

Interdição no acesso à zona das praias foi levantada neste domingo, mas as autoridades continuam atentas.

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Câmara culpa Governo por ter liquidado a Costa Polis, que teria a responsabilidade de intervir na frente de praia da Costa da Caparica Enric Vives-Rubio

A Câmara de Almada exige "respostas imediatas" do Governo aos danos causados pelo mau tempo na madrugada deste sábado na Costa de Caparica e critica "o vazio" de responsabilidade deixado com a extinção da sociedade Costa Polis.

Em declarações à Lusa neste sábado, Rui Jorge Martins, vereador da Câmara de Almada com o pelouro da Protecção Civil, adiantou que a autarquia vai "intervir junto do Governo para que resolva" os problemas causados pelo mau tempo na Costa de Caparica. Independentemente de ser ou não decretado o estado de calamidade, os responsáveis locais exigem "uma resposta cabal e imediata" do Governo.

O vereador fez estas declarações após uma reunião promovida pelo presidente da autarquia, Joaquim Judas (CDU), que convidou juntas de freguesia, bombeiros e forças de segurança, concessionários e população para debaterem "toda a destruição que o mar tem vindo a fazer" na Costa de Caparica, "no sentido de encontrar respostas".

Na madrugada deste sábado, o mar galgou o paredão e causou inundações em bares e restaurantes. Neste domingo, a situação está mais calma, mas a Polícia Marítima está atenta. O acesso ao paredão já não está interdito. O posto da Costa da Caparica está a acompanhar a evolução das marés e a controlar as condições climatéricas e garante que o acesso será interditado "caso haja indicações de as condições do mar poderem trazer perigo às pessoas", disse à Lusa um porta-voz da Polícia Marítima. Para esta tarde, entre as 15h e as 16h, está prevista uma preia-mar, mas tal não significa que a zona tenha de ser encerrada.

Autarquia não aceita "vazio"

"É necessário encontrar soluções para o apoio a que os concessionários tenham condições dignas para exercer a sua actividade", sublinhou Rui Jorge Martins, recordado que os concessionários "pagam um arrendamento a uma sociedade, Costa Polis, que está em extinção".

O vereador sustenta que "tem que haver alguém que assuma as responsabilidades", após a extinção da Costa Polis, sociedade para o desenvolvimento do Programa Polis na Costa de Caparica, que previa a intervenção naquela zona. A autarquia não aceita "o vazio" e exige que "seja determinado rapidamente" quem pode dar respostas aos problemas.

Por exemplo, "mal haja condições para isso", é necessário proceder ao "reforço de areias" e à "reposição das condições" para que tudo "esteja em condições" na próxima época balnear.

O vereador adiantou ainda que, da próxima reunião de câmara e assembleia municipal, agendada para terça-feira, deverá sair o pedido de agendamento de "um debate urgente" na Assembleia da República sobre "a situação actual" na Costa de Caparica. "Se o Governo não aceitar este repto da Câmara Municipal, que os partidos com representação parlamentar o possam fazer", disse o vereador.

A autarquia compromete-se a ajudar na medida da sua "capacidade" e destaca que "existem fundos comunitários a que se pode recorrer".

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