As ruínas olímpicas de Sarajevo

Trinta anos depois dos Jogos de 1984 na capital bósnia, muitos dos palcos olímpicos estão ao abandono.

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As pistas de saltos Dado Rovic/Reuters
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Uma torre com os anéis olímpicos e o logotipo dos Jogos de Sarajevo no Zetra Hall Dado Rovic/Reuters
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As ruínas de um hotel que servia de alojamento a atletas Dado Rovic/Reuters
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Parede do Estádio Olímpico Dado Rovic/Reuters
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Uma parede do Zetra Hall Dado Rovic/Reuters
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Vucko, a mascote dos Jogos de Sarajevo, pintada numa parede do Zetra Hall Dado Rovic/Reuters
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Vucko, a mascote dos Jogos de Sarajevo, pintada numa parede do Zetra Hall Dado Rovic/Reuters
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A pista de bobsleigh Dado Rovic/Reuters
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A pista de bobsleigh Dado Rovic/Reuters
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O logotipo dos Jogos de Sarajevo, um floco, de neve, numa parede do Estádio Olímpico Dado Rovic/Reuters
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Grafiti na pista de bobsleigh Dado Rovic/Reuters
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As escadas de acesso às pistas de saltos Dado Rovic/Reuters
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Grafiti na pista de bobsleigh Dado Rovic/Reuters
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A pista de bobsleigh Dado Rovic/Reuters
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Local onde estavam os juízes dos saltos Dado Rovic/Reuters
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A pista de saltos Dado Rovic/Reuters
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O pódio da pista de saltos Dado Rovic/Reuters
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O logotipo ainda sobrevive nas ruas de Sarajevo Dado Rovic/Reuters
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Bancadas para os espectadores na pista de saltos Dado Rovic/Reuters
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O exterior do Zetra Hall Dado Rovic/Reuters
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A pista de saltos Dado Rovic/Reuters

O bloco americano boicotou os Jogos Olímpicos de Moscovo em 1980 e o bloco soviético boicotou os Jogos de Los Angeles em 1984. Mas toda a gente foi aos Jogos Olímpicos de Inverno de 1984 em Sarajevo, na República Socialista Federal da Jugoslávia. Era a primeira vez que um país comunista recebia os Jogos de Inverno, tendo batido na votação Saporo (Japão) e Gotemburgo (Suécia). Participaram um recorde de 49 países, incluindo as primeiras presenças em Jogos de Inverno das Ilhas Virgens Britânicas, do Mónaco e do Senegal. República Democrática Alemã e União Soviética dominaram os pódios. A mascote era um simpático lobo chamado Vucko.

Tal como acontece em qualquer cidade que acolhe os Jogos Olímpicos, pretende-se uma transformação para melhor, dotar a cidade de infra-estruturas que atraiam turismo, projectar uma determinada imagem para o exterior e melhorar a auto-estima local. Era esse o objectivo de Sarajevo. Mas, depois, veio a desintegração da federação jugoslava, a guerra e o cerco a Sarajevo, entre Abril de 1992 e Fevereiro de 1996. Estima-se que terão morrido mais de 11 mil pessoas neste palco da sangrenta guerra pela independência da Bósnia-Herzegovina. O sonho olímpico ficou em ruínas e, 30 anos depois, é assim que continua.

Muito do que em 1984 foi palco de competição desportiva é hoje uma ruína. Como a pista de bobsleigh, que ainda recebeu alguma competição depois dos Jogos, e que hoje é de difícil acesso, coberta por vegetação e grafiti. Mas também de buracos de balas. A pista de betão armado por onde deslizavam trenós a mais de 100km/h também serviu como ponto de artilharia para os bósnios-sérvios durante o cerco.

No mesmo estado estão as duas pistas de saltos de esqui também nunca mais foram usadas depois da guerra. O Monte Bjelasnica, onde decorreram as provas de esqui alpino, também foi palco de combates durante a guerra e ainda existe o risco de se pisar uma mina enterrada. O Zetra Hall, pavilhão onde se disputaram as provas de patinagem e o hóquei no gelo, foi um dos palcos olímpicos reconstruídos depois da guerra e continua a ser utilizado, mas tem, nas imediações, um dos muitos cemitérios que povoam Sarajevo. O mesmo acontece com o Estádio Olímpico, que foi o palco da cerimónia de abertura.

Num esforço para recuperar alguns dos palcos olímpicos de 1984, Sarajevo ainda se candidatou aos Jogos de Inverno de 2010, mas não chegou à votação final, com o evento a ser atribuído a Vancouver, no Canadá.

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