Nuno Crato deverá voltar a reunir com primeiro-ministro devido a corte de 30 milhões nas universidades

O presidente do Conselho de Reitores, António Rendas, avisa que reitores vão passar das reuniões “à acção” se problema se mantiver.

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Já há 23 escolas interessadas nas aulas de mandarim. Rui Gaudêncio

As notícias que saíram da reunião, que decorreu nesta terça-feira, entre o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e o ministro da Educação não foram satisfatórias para os reitores. Para além de praxes, no encontro falou-se da questão do financiamento das universidades e, segundo o presidente do CRUP, António Rendas, a tutela continua sem resolver a questão do corte em excesso de 30 milhões. O ministro da Educação e Ciência deverá voltar a reunir com o primeiro-ministro.

“As notícias que tivemos hoje não foram as que esperávamos, na medida em que tínhamos tido a abertura do primeiro-ministro para, na execução orçamental de 2014, ser revista aquela questão dos 30 milhões de euros ainda em aberto. O que nos disse o ministro Nuno Crato é que iria falar com o senhor primeiro-ministro novamente”, afirmou António Rendas. Recorde-se que já em 2013 houve uma reunião com Pedro Passos Coelho por causa do financiamento das universidades.

“O Conselho de Reitores fez sentir que aquilo que nos foi dito hoje, que vai no sentido de acudir apenas àquelas instituições que estão com dificuldades, pode criar, a partir do meio deste ano já, uma situação muito complicada, na medida em que todas as universidades, a partir dessa altura, irão ficar numa situação muito, muito complicada”, sublinhou Rendas, adiantando que “a situação vai ser analisada mensalmente” mas que espera uma solução por parte do Governo antes do meio do ano.

O presidente do CRUP disse que haver encontros com a tutela é positivo, mas que “vai haver um momento em que o CRUP decide” quando “passar das reuniões à acção” e que esse momento “vai acontecer nos próximos meses”. Depois de, em Novembro, ter anunciado a demissão do cargo de presidente do CRUP e um corte de relações com a tutela, Rendas decidiu manter-se no lugar até Março, altura em que voltará a avaliar a situação, isto é, se o Governo já terá ou não uma solução para o problema.

Quanto às praxes, Rendas anunciou que no próximo ano lectivo haverá uma mensagem de sensibilização: “No próximo ano lectivo vai haver uma mensagem de acolhimento que possa criar um espaço que é um espaço que, neste momento, pode estar ocupado por outras práticas que não têm a ver com o verdadeiro acolhimento aos estudantes”, disse. “A posição do CRUP é a de reforçar o papel dos reitores naquilo que é a sua capacidade de intervenção, mas sem dúvida nenhuma que há aspectos que dizem respeito à área jurídica em relação aos quais o CRUP se solidariza, mas que não vai de forma nenhuma interferir nesse processo”, afirmou.

Também o secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes, insiste que, além da “legislação geral”, na maioria das instituições já há “regulamentos que prevêem” casos de abusos. “Queremos alertar todos os estudantes para que à mínima situação em que haja um excesso possa ser denunciado, em que possa ser apresentado, possa ser investigado”, disse, salientando que “não há melhor maneira de prevenir do que ser eficaz na investigação dos casos” e nas consequências.
 
 

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