Europeias devem ser "cartão vermelho" ao Governo, diz Arménio Carlos

Em mais um "Dia Nacional de Luta Contra a Exploração e o Empobrecimento", líder da CGTP insiste no aumento do salário mínimo e anuncia novas "lutas" em Março.

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Enric Vives-Rubio
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O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, disse este sábado em Lisboa que as próximas eleições europeias devem servir para "mostrar um cartão vermelho" ao Governo e anunciou novas "lutas" para Março.

"Na semana de 8 a 15 de março, sob o lema 'basta de injustiças e desigualdades' e que assumirá uma ampla expressão nos locais de trabalho dos sectores público e privado, com greves, e paralisações e outras acções em todo o país, tendo como objectivo central a resolução dos problemas que afectam a vida dos trabalhadores", anunciou Arménio Carlos, a par da "luta específica" marcada para 28 de março, Dia Internacional da Mulher.

Para o líder da CGTP-IN, é "preciso" também intensificar durante Fevereiro uma luta permanente sobre as questões laborais e sublinhou a importância de "uma luta" até ao dia das eleições.

"Uma luta que temos de levar até ao voto, fazendo das próximas eleições para o Parlamento Europeu um momento para mostrar o cartão vermelho aos que, lá como cá, estão comprometidos com a política que inferniza a nossa vida e hipoteca o desenvolvimento do país, fazendo também do voto uma arma para uma alternativa de esquerda e soberana", defendeu.

Durante o discurso perante milhares de manifestantes em Lisboa e que aderiram ao protesto da CGTP-IN que se realizou hoje em vários pontos do país, Arménio Carlos criticou a 'troika' e o governo PSD/CDS-PP.

"PSD e CDS-PP já provaram que a salvaguarda dos interesses da alta finança se sobrepõem a quaisquer outros, mesmo que estejam em jogo direitos humanos fundamentais", disse Arménio Carlos, que culpa o Executivo de querer fazer de Portugal um país periférico e subordinado aos interesses das grandes potências.

"Não há saídas limpas com mais de um milhão e 400 mil pessoas sem emprego, uma dívida incomportável, juros insuportáveis e um Tratado Orçamental que visa amarrar-nos a uma política que corta no investimento, reduz as funções sociais do Estado e fomenta o empobrecimento, para aumentar a exploração e as desigualdades", acusou o secretário-geral da CGTP-IN, prometendo "luta" contra o Governo.

Arménio Carlos voltou a referir-se, também, à realização de eleições gerais antecipadas e pediu o aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN).

Aumento do salário mínimo, já!
"É preciso aumentar o Salário Mínimo Nacional para 515 euros. Esta reivindicação é tanto mais justa quando, se o valor do SMN fosse atualizado de acordo com a inflação desde 1974, neste momento já teria atingido os 584 euros", disse o secretário-geral da CGTP-IN, que apelou à participação na Petição Pelo Direito ao Emprego e à Proteção Social no Desemprego que se vai assumir como um "instrumento para a luta".

Antes, ao início da tarde, já tinha defendido mais apoios para os desempregados e menos “benesses” para os grupos económicos e financeiros. A afirmação foi feita à TVI durante a manifestação em Lisboa daquela central sindical, que promoveu protestos nas ruas de várias cidades.

“Não podemos aceitar que a esmagadora maioria dos empregados não tenham qualquer tipo de protecção social”, afirmou Arménio Carlos, propondo mais subsídios para quem não tem emprego.

“Onde se vai buscar o dinheiro? Através da solidariedade. Há grupos económicos e financeiros que continuam a receber benesses do Estado”, criticou.

Referindo-se à Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES), que é paga pelos pensionistas, o sindicalista argumentou serem “uns poucos a pagar para aumentar o lucro dos ricos”.

A CGTP promove neste sábado um "Dia Nacional de Luta Contra a Exploração e o Empobrecimento", tendo organizado manifestações em todos os distritos do país em protesto contra o agravamento da austeridade e o empobrecimento da população e para exigir novas políticas económicas e sociais.

Em Lisboa, a manifestação, que juntou milhares de pessoas, começou no Cais do Sodré e terminou nos Restauradores. Mas as manifestações replicaram-se pelo país, reunindo milhares de pessoas em cidades como Coimbra, Porto ou Funchal. 
 
 
 

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