Livre propõe primárias abertas para ganhar independentes

Congresso fundador tenta fazer “pontes” entre a esquerda e reflectir sobre um memorando de desenvolvimento assente na justiça social.

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Fernando Veludo

A jóia do partido Livre foi apresentada esta sexta-feira, no primeiro dia do congresso fundador, no Porto. Rui Tavares já tinha dito que se chamava eleições primárias, mas esta sexta-feira explicou que este método permitirá ao novo partido partido abrir-se à sociedade civil, ganhar independentes e acabar com a “política por convite” que procede das direcções partidárias.

Na biblioteca Almeida Garrett, no Porto, do lado dos “desanimados” e dos “amadores”, por oposição aos “profissionais da política”, o eurodeputado, eleito nas listas do BE, sublinhou que o objectivo do Livre é “fazer pontes” entre os partidos de esquerda, sem distinguir “a esquerda radical do centro esquerda”. Com um apelo renovado às eleições europeias já em Maio. “Nós sabemos que eles sabem que fazemos parte da família deles, não fazemos diferença entre os partidos de esquerda em Portugal”, explicou.

No primeiro momento do congresso, acompanhado de Paulo Monteiro, responsável pelo núcleo do Porto, Tavares esclareceu que “a paixão partidária” passou a ser uma necessidade devido ao momento histórico que o país atravessa. “Podemos falhar, mas as consequências de não tentar são piores”, disse.

Os membros do Livre esperam que estes dois dias de conclave – no qual são esperados cerca de 250 participantes, apesar do partido ainda não estar legalmente constituído – comece a desfazer a ideia de que se trata de um projecto unipessoal. “O nome que eu propunha [para o partido] era Progressista, mas a maioria escolheu Livre. Votei derrotado, algumas vezes, nas propostas de estatutos. Este partido não era, desde o início, o partido do Rui Tavares”, justificou.

Na única moção de estratégia geral que vai este sábado a votos e que é candidata ao grupo de contacto – órgão executivo do partido – é proposta a construção de “uma frente progressista” para o país e alargada à Europa, assim como “um memorando de desenvolvimento” assente na justiça social.

O que o Livre não quer, diz, é continuar a assistir impávido à “fractura” da esquerda em Portugal sem propor uma alternativa. “A convergência entre os diversos partidos e movimentos de esquerda representa um dos objectivos fundamentais da sua actuação política”, lê-se no documento.

Este sábado são esperados representantes dos partidos e movimentos. O Livre recebeu respostas positivas do PS, BE, 3D, Congresso Democrático das Alternativas e MAS.

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