Governo quer manter verbas comunitárias para a ciência

Ministro considera essencial participação portuguesa no programa europeu Horizonte 20/20.

O Governo quer que o investimento em ciência no próximo Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) se mantenha igual ao do quadro anterior (2007-2013).

Mas, tal como acontece ao nível da política científica do país, o executivo quer mudar o paradigma dos apoios à ciência, no sentido da aposta na investigação de excelência.

“Queremos que o investimento em ciência não seja inferior ao do último quadro financeiro. Mas queremos também que o investimento em ciência sirva sobretudo para alavancar a capacidade de o nosso sistema científico ir buscar fundos ao programa europeu Horizonte 20/20, no qual há mais de 80 mil milhões de euros para apoio a projectos científicos”, disse ao PÚBLICO o ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro.

Entre 2007 e 2013, os fundos estruturais atribuídos à Fundação para a Ciência e Tecnologia – que não representam todo o investimento em ciência incluído naquele quadro estratégico –  foram de 1452 milhões de euros.

Poiares Maduro disse ao PÚBLICO que durante as negociações do Acordo de Parceria que hoje é entregue em Bruxelas a Comissão criticou o investimento português em ciência.

“Um dos aspectos em que Portugal mais batalhou foi o apoio ao nosso sistema científico. A UE tem uma visão muito crítica do modelo científico em Portugal. E o Governo não tem uma visão tão crítica como a comissão”, afirmou Poiares Maduro.

Para o ministro, a integração da ciência portuguesa no sistema europeu é decisiva. "Um sistema científico hoje em dia deve assentar numa comunidade científica a nível europeu. Precisa de escala. E precisamos de saber como ser competitivos a nível europeu, e vários instrumentos aí pensados [no Acordo de Parceria] servem para alavancar o sistema científico para ele ir buscar fundos a nível europeu. Neste momento, Portugal é um contribuinte líquido do sistema científico europeu”, afirmou.
 

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