Prioridades para obras públicas visam aumentar competitividade e exportações

Grupo de trabalho para as infra-estruturas de elevado dá prioridade ao investimento nos portos e na ferrovia

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Expansão do Porto de Sines é um dos investimentos considerados estratégicos pelo grupo de trabalho Miguel Manso

As prioridades para obras públicas escolhidas pelo grupo de trabalho para as infra-estruturas de elevado valor tiveram como base a necessidade de aumentar a competitividade da economia e, consequentemente, as exportações, disse hoje à Lusa o presidente.

Este grupo de trabalho, que apresentou na segunda-feira ao Governo um relatório onde aponta os portos e a ferrovia como prioridades para o investimento em obras públicas até 2020, tinha como objectivo elaborar recomendações para aumentar a competitividade da economia, afirmou José Eduardo Carvalho, que também é presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP).

"Entendemos que não se pode aumentar a competitividade da economia portuguesa sem criar condições para melhorar a base exportadora da economia nacional", alegou o responsável, justificando as apostas nas ligações ferroviárias e nos

portos e nos transportes de carga e mercadorias.
O documento, que entrará na quarta-feira em discussão pública, define 30 projectos prioritários a nível nacional, entre os quais se destacam a expansão do porto de Sines, a construção de um terminal de águas profundas em Lisboa e a modernização da linha do norte, refere a imprensa de hoje.

A conclusão do túnel do Marão e a abertura de um novo terminal de carga no aeroporto de Lisboa são outros dos projectos escolhidos entre uma lista prévia de 238 potenciais investimentos indicados pelo Governo.

"Dado que este grupo era composto pela procura, pelos clientes, pelos utilizadores da rede de infra-estruturas, era a economia nacional que estava representada neste grupo, portanto era óbvio que a metodologia em que se baseou o trabalho acabou por dar essas prioridades", disse.

Sublinhando os 30 projectos principais não são os únicos recomendados, José Eduardo Carvalho explicou que a análise foi feita também em termos sectoriais. "Em cada sector existem 15 projectos prioritários", adiantou, acrescentando que, a esses planos foi atribuída uma ponderação, tendo sido analisados 89. "Estes 30 foram os mais pontuados", mas "existem 15 para cada setor", reiterou.

José Eduardo Carvalho frisou ainda que o que o grupo de trabalho apresentou foram recomendações, sendo que as opções serão políticas e da responsabilidade do Governo, mas salientou a estreia de uma nova forma de tratar as obras públicas.
"Esta foi a primeira vez que antes do poder político optar pela execução deste ou daquele projecto, a sociedade civil - e a economia em particular - teve possibilidade de fazer uma reflexão aquilo sobre o que entende serem as prioridades", concluiu.

O relatório vai estar disponível 'online' a partir de quarta-feira para debate público, sendo que o grupo de trabalho irá apresentar o relatório a todos os partidos políticos com assento parlamentar, a começar pelo PS, na quarta-feira. O grupo de trabalho refere que o financiamento prioritário deve provir de fundos comunitários (3.132 milhões de euros), do Estado (que ficaria responsável por 1.428,1 milhões de euros) e só uma pequena parte (543,6 milhões) deve ser adjudicada ao sector privado.

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