Berlusconi volta a ser investigado por manipulação de provas no "caso Ruby"

O magnata político quer manter-se na liderança da direita italiana, mas os juízes de Milão não lhe dão tréguas.

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O "caso Ruby" continua no caminho de Berlusconi ANDREAS SOLARO/AFP

A justiça italiana abriu um inquérito a Silvio Berlusconi, aos seus advogados e a várias mulheres por manipulação de provas no julgamento do "caso Ruby", em que o antigo primeiro-ministro de Itália foi condenado a sete anos de prisão por abuso de poder e prostituição de menores.

Em Novembro, o tribunal de Milão onde o caso foi julgado deixou claro nos autos que Berlusconi, a sua equipa de defesa e algumas testemunhas - entre elas a própria "Ruby", a marroquina Karima El-Mahroug, que era menor de idade quando participou nas festas de sexo do então primeiro-ministro -  tinham "alterado sistematicamente as provas". Os autos falam ainda em "compra de testemunhos".

Karima El-Mahroug disse ao tribunal que não tinha tido relações sexuais com Berlusconi mas ficou provado que teve e "a troco de dinheiro e objectos de valor". 

Silvio Berlusconi argumentou que o julgamento era um ardil da oposição (e dos juízes) para o afastar da política - seria, devido à condenação, expulso do parlamento e terá que cumprir um ano de prisão (que será domiciliária ou de serviço à comunidade devido à sua idade, 77 anos; a decisão sobre a forma como cumprirá pena é tomada em Abril), além de ficar vários anos na posição de ilegível para cargos públicos. 

Ainda assim, Silvio Berlusconi anunciou que não se afastará da política e continua a ser olhado por muitos eleitores e pela sua Força Itália como o grande líder da direita italiana. Esta nova investigação é mais um obstáculo a essa sua vontade. 

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