Atitude do PSD na co-adopção foi “muito triste”, critica Santos Silva

Ex-ministro de Sócrates defende que deputados do PSD deveriam ter tido liberdade de voto.

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Bárbara Raquel Moreira

O ex-ministro da Defesa do último Governo de José Sócrates, Augusto Santos Silva, acusou este sábado o PSD de ter revelado uma atitude “muito triste” na aprovação do referendo à co-adopção e adopção por casais homossexuais.

“Aquilo que o PSD fez em matéria de co-adopção é muito triste. Não compreendo que tenha sido imposta a obrigação de voto para uma questão que é tipicamente uma questão de valores e de opinião. Não percebo. Seria mais adequado que os deputados tivessem liberdade de voto”, considerou Santos Silva à margem de uma sessão da Academia do PS, na Federação Distrital do Porto, sobre “Os políticos e novas formas de participação (e revolta)”.

A disciplina de voto social-democrata foi ontem cumprida na Assembleia da República (AR) com polémica. A vice-presidente do partido e da bancada parlamentar, Teresa Leal Coelho, saiu da sala antes da votação e demitiu-se do seu cargo no grupo parlamente por discordar frontalmente da proposta de referendo.

A aprovação do projecto do PS sobre co-adopção na generalidade, em Maio de 2013, numa votação com muitos deputados do PSD ausentes e em que outros votoaram a favor, suscitou a indignação de muitos militantes, como avança este sábado o PÚBLICO. E na bancada laranja as opiniões dividiram-se com muitos a defender que o projecto do PS não deveria ser interrompido com este referendo. Sucederam-se então inúmeras declarações de voto de deputados do PSD descontentes.

São deputados que “ouviram um conjunto de personalidades. Esses mesmos deputados foram impedidos pela decisão do partido de prosseguirem e concluírem o processo eleitoral”, aponta Santos Silva.

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