Passos Coelho nega corte nas bolsas de doutoramento

Primeiro-ministro diz na Assembleia da República que há um novo programa de doutoramentos, apesar de, no total, haver uma quebra de quase 40% das bolsas atribuídas.

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Passos Coelho argumentou que a nova política para a ciência é para “responder a insuficiências” da investigação científica Daniel Rocha

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, negou nesta sexta-feira, que haja uma diminuição das bolsas de doutoramento, afirmando que a sua atribuição por concurso foi reduzida, mas em compensação foram lançados “programas doutorais de qualidade” onde são dadas bolsas.

Esses programas “implicarão nos próximos dez anos a atribuição de quase 1700 bolsas”, referiu o primeiro-ministro, durante o debate quinzenal no Parlamento, em resposta à deputada do PEV Heloísa Apolónia, acrescentando: “Portanto, senhora deputada, não há nenhuma diminuição de bolsas.” Numa intervenção posterior, Passos Coelho corrigiu este número para 1070.

Nesta quarta-feira, foi divulgada a atribuição de 298 bolsas individuais de doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), de um concurso aberto em 2013. E, pela primeira vez, em 2013 foram dadas 431 bolsas nos novos Programas de Doutoramento FCT (estes programas são geridos pelas universidades, que escolhem os alunos a quem atribuem as bolsas), de acordo com informação daquela instituição.

A soma das bolsas individuais de doutoramento com as bolsas dos Programas de Doutoramento FCT equivale a 729 bolsas. Tendo em conta que em 2012 foram atribuídas 1198 bolsas de doutoramento, há, assim, uma queda de quase 40%.

Segundo Passos Coelho, o executivo PSD/CDS-PP mudou de política para “responder a insuficiências” da investigação científica e aumentar o “valor acrescentado” das bolsas, à semelhança do que fizeram “muitos países”, mas “não desinvestiu na ciência, nestes anos, apesar da crise”.
 
 

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