Militantes do Bloco pedem que partido se empenhe em convergência para as europeias

Líder do BE, João Semedo, já disse que recusa diluir a candidatura do Bloco ao Parlamento Europeu em qualquer outra.

Mais de 50 militantes do Bloco de Esquerda (BE) subscrevem um texto onde pedem à coordenação do partido que inicie um processo de "auscultação interna sobre a estratégia a seguir nas próximas eleições europeias", que, dizem, deve passar por uma "convergência à esquerda".

Esse documento é subscrito por 52 militantes do BE, entre os quais João Madeira, Albérico Afonso, Helena Carmo ou Teodósio Alcobia, que pertenciam à moção B, contestatária do rumo seguido pela direção do partido e que na última convenção elegeu cerca de um quarto dos membros da Mesa Nacional.

"Do nosso ponto de vista faz todo o sentido que o BE se empenhe num esforço de convergência à esquerda, colocando claramente na ordem do dia a necessidade de pôr fim austeridade e de renegociar a dívida, a recusa do sufoco de novos resgates e memorandos, independentemente da forma de que se possam revestir, o combate às injustiças na distribuição dos rendimentos e a defesa dos serviços públicos, do Estado Social e da dignificação do trabalho", pedem os bloquistas.

O coordenador do Bloco de Esquerda, João Semedo, já disse neste que o partido não se vai diluir em "qualquer outra candidatura" às eleições europeias de Maio. "Em nenhuma circunstância, o Bloco de Esquerda abdicará de se candidatar às próximas eleições europeias. Recusamos diluir-nos em qualquer outra candidatura e recusamos qualquer solução que faça desaparecer o Bloco de Esquerda", disse Semedo, poucos dias depois de se ter sabido que o Manifesto 3D, que conta nas suas fileiras com Daniel Oliveira, outrora militante do Bloco, anunciou a intenção de formalizar uma proposta ao BE, à Comissão Instaladora do LIVRE e à direção da Associação Renovação Comunista para uma candidatura conjunta às eleições europeias de Maio.

O texto desta quinta-feira dos 52 militantes do BE exorta a coordenação do partido "a assumir a responsabilidade de desencadear, com a maior brevidade e amplitude possíveis e em tempo útil o necessário processo de auscultação interna sobre a estratégia a seguir nas próximas eleições europeias, permitindo nomeadamente que os aderentes se pronunciem sobre os diferentes cenários em perspectiva".

Há na opinião pública, dizem, "um forte e legítimo desejo de unidade e uma forte expectativa quanto à capacidade de forças e sectores de esquerda se entenderem", juntando vontades e esforços".

"Neste sentido, o quadro criado pela disputa eleitoral que se avizinha pode ser uma boa oportunidade para concretizar convergências à esquerda, relançando a esperança e a capacidade de luta, tão necessárias quanto urgentes", reclamam.
 

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