Prémio Carlos V é ocasião para passar mensagem de confiança na Europa, diz Durão Barroso

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"não deixem a iniciativa sempre aos extremistas", pede Barroso FREDERICK FLORIN/AFP

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, considera que receber o Prémio Carlos V, entregue esta quinta-feira pelo príncipe das Astúrias, é uma ocasião para "passar uma mensagem de confiança na Europa".

"Significa muito para mim. É uma ocasião de passar uma mensagem de confiança na Europa. Considero que não é só um reconhecimento pessoal, mas constitui mensagem de confiança sobre o que a Europa está a fazer", afirmou na televisão regional da Extremadura.

A agenda de Durão Barroso nesta região espanhola arrancou ao início da manhã com um encontro com o presidente do Governo regional em Mérida, José Antonio Monago, na sede da presidência do Governo regional da Extremadura. Depois de uma foto de família com os membros do Governo regional, na Sala de Bandeiras, Barroso deslocou-se para os estúdios do Canal Extremadura Television para uma entrevista conjunta com José Antonio Monago no programa Primeira Página.

Barroso recordou as mudanças que a integração europeia trouxe a níveis económicos, sociais e culturais para Portugal e Espanha, algo que se evidenciou desde a adesão. "Estamos muito melhor agora que em 1986 quando entramos na UE e países tão antigos, com um passado tão rico como os dois, estão agora a dar um grande contributo para a Europa moderna", afirmou.

O presidente da Comissão Europeia foi reconhecido com a edição de 2012 do galardão por representar o interesse geral num período de crise e pela contribuição para o desenvolvimento da Europa. A cerimónia, que decorre a partir das 12h00 (11h00 em Lisboa) no Real Mosteiro de Yuste, na região de Cáceres - onde foi instalado um forte dispositivo de segurança -, conta com as presenças, entre outros, dos chefes do Governo de Portugal e de Espanha, Pedro Passos Coelho e Mariano Rajoy, do presidente da Extremadura, Antonio Monago e do chefe da diplomacia espanhola, José Manuel García-Margallo.

Outorgado em Mérida e dotado com 45 mil euros, o prémio - atribuído anteriormente a individualidades como Mikhail Gorbachov, Jacques Delors, Felipe González e Javier Solana - o prémio recorda o papel de Barroso durante a crise financeira europeia, por "apostar sempre na União Europeia para enfrentar os desafios" da actualidade.

O valor total do prémio ascende a 90 mil euros, mas, deste montante, os galardoados destinam metade a bolsas de estudo promovidas pela Academia Europeia de Yuste, podendo escolher as áreas, tendo José Manuel Durão Barroso decidido contemplar trabalhos no domínio das relações entre a Europa e a América do Norte e a América Latina. Durão Barroso decidiu destinar os restantes 45 mil euros às áreas da educação e do apoio social, doando-os para as obras de requalificação do Liceu Camões, em Lisboa - que frequentou na sua juventude -, e à Cais, que auxilia os sem-abrigo.
 

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