ARSN admite alargar horário do Atendimento Complementar no Porto se o pico da gripe o exigir

Administração Regional de Saúde do Norte e Câmara do Porto vão elaborar Carta de Equipamentos de Cuidados de Saúde Primários da cidade.

Foto
Localização de futuros centros de saúde vai ser definida na Carta dos Cuidados Primários do Porto Adriano Miranda

O presidente do conselho directivo da Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN), garantiu nesta quarta-geira que os dois serviços de atendimento complementar que substituíram o antigo SASU do Porto têm um horário “adequado” à procura existente. Castanheira Nunes assumiu, no entanto, que o horário, mais reduzido do que o praticado no SASU-Serviço de Atendimento a Situações Urgentes, poderá ser alargado, caso o pico da gripe que se prevê para o final do mês assim o exija.

A ARSN anunciou na sexta-feira que os dois serviços de Atendimento Complementar das unidades de saúde do Covelo (zona oriental) e da Carvalhosa (zona ocidental), resultantes da "reconfiguração" do SASU do Porto, vão funcionar entre as 20h e as 23h. Aos sábados, domingos e feriados o serviço passa a funcionar entre as 9h e as 17h, adiantou à Lusa fonte da ARSN.

Esta opção - um recuo em relação a um primeiro horário, iniciado a 1 de Janeiro, mas que implica na mesma uma redução do tempo de funcionamento deste serviço por comparação com o do SASU - foi defendida por Castanheira Nunes. No entanto, o dirigente assegurou que não pretende, com estas mudanças, sobrecarregar as urgências hospitalares, justificando, dessa forma, a abertura a mais um reajuste temporário dos horários daqueles centros de saúde, caso venha a ser necessário.

Castanheira Nunes explicou, no entanto, que preferia ver o serviço que substitui o antigo SASU instalado em unidades mais afastadas uma da outra, servindo melhor os pólos ocidental e oriental da cidade. Esta questão da localização dos serviços de saúde poderá vir a ser resolvida futuramente de uma forma articulada entre a Administração Central – representada pela ARSN – e pela Câmara do Porto, entidades que ontem assinaram um protocolo para a elaboração da Carta dos Equipamentos de Cuidados de Saúde Primários da Cidade do Porto.

Depois de terem conseguido cooperar para evitar o encerramento do Centro de Saúde de Azevedo, em Campanhã, as duas entidades decidiram alargar o âmbito de actuação e comprometeram-se a analisar os actuais serviços disponíveis, a qualidade das infra-estruturas e respectivos acessos, elaborando também uma proposta de localização de equipamentos que respondam a necessidades nesta área. O mapa terá de ter uma versão preliminar concluída no prazo de 90 dias.

O acordo, pelo seu âmbito, foi descrito como pioneiro no país por ambas as entidades. Mesmo sendo responsabilidade da Administração, a saúde é uma área “essencial para a coesão social”, lembrou o ex-secretário de Estado desta área e actual vereador da Habitação Social, Manuel Pizarro, justificando desta forma o envolvimento da câmara na definição dos serviços a disponibilizar na área do concelho. Aliás, numa intervenção final, o presidente da câmara, Rui Moreira, considerou expectável e desejável uma maior descentralização de competências, observando que, a ser assim, é normal que a autarquia participe, na medida do que lhe é permitido, na definição das soluções a implementar. 
 
 

Sugerir correcção
Comentar