CGTP acusa Governo de querer “privatizar” colocação de desempregados

Central sindical opõe-se à transferência de algumas responsabilidades dos centros de emprego para as empresas privadas de colocação.

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Casais inscritos nos centro de emprego aumentam Laura Haanpaa

A CGTP rejeita o modelo que está a ser estudado pelo Governo e que passa por contratualizar com empresas privadas a colocação de desempregados não subsidiados. Para a CGTP, o que está em causa “é a privatização de parte da actividade do Instituto de Emprego e Formação Profissional, mediante a transferência de funções deste Instituto público para empresas privadas, com a finalidade de criar uma área de negócio à custa dos dinheiros dos contribuintes e da exploração de desempregados”.

Tal como o PÚBLICO noticiou, o Governo pretende avançar, ainda no primeiro semestre, com projectos-piloto nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto que passam pela colaboração entre os centros de emprego e as empresas privadas de recursos humanos na gestão e colocação de desempregados não subsidiados.

Porém, a central sindical alerta que “não há nenhuma razão que justifique esta opção porquanto a colocação de desempregados no mercado de trabalho depende, exclusivamente, da criação de empregos gerados pelo crescimento económico”. “O que é necessário é que o Governo promova políticas de crescimento da economia”, acrescenta a CGTP num comunicado enviado esta quarta-feira.

A estrutura alerta que a experiência do Reino Unido, que tem em curso uma iniciativa chamada Work Programme, mostra que “as empresas colocadoras ignoram quase por completo os desempregados com maiores dificuldades” e que “os empregos são na sua maioria precários, substituem postos de trabalho e os salários são baixos”.

Para a CGTP, as “deficiências” no funcionamento dos centros de emprego e “têm de ser resolvidas mediante a adopção das medidas adequadas e não através da entrega desta área a entidades lucrativas”.

“Há que reforçar o IEFP com pessoal para dar resposta às cada vez maiores solicitações ao Serviço Público de Emprego, uma vez que ao longo dos últimos anos se tem assistido à saída de muitos trabalhadores. Ao mesmo tempo há que garantir a qualidade das ofertas, nomeadamente no que diz respeito ao tipo de contrato de trabalho e ao salário”, acrescenta.

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