Chefe das Forças Armadas do Egipto admite candidatura presidencial

General Abdel Fattah al-Sisi diz que não vê como poderá recusar o apelo popular para que avance para a presidência.

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Abdel Fattah al-Sisi é o chefe do exército AFP

O chefe das Forças Armadas do Egipto, general Abdel Fattah al-Sisi, admitiu a possibilidade de uma candidatura à presidência mas apenas se existir um “palpável movimento popular” a favor da sua eleição e se o Exército apoiar o seu mandato.

“Se me candidatar a Presidente, será em resposta a um pedido do povo e a uma ordem do meu Exército”, esclareceu Sisi, citado pela agência estatal egípcia MENA. A eventual candidatura do chefe do Exército tem vindo a alimentar o debate nos jornais do país, e é praticamente dada como adquirida pela opinião pública.

Na semana passada, vários líderes militares iniciaram uma campanha informal para o lançamento de uma petição a favor da candidatura presidencial de Sisi, que goza de enorme popularidade junto dos egípcios. “Se essa for a manifesta vontade popular, não vejo como poderei recusar”, disse o general, à margem de um seminário do Exército, no Cairo.

O general Abdel Fattah al-Sisi foi o responsável pela deposição do primeiro Presidente democraticamente eleito, Mohamed Morsi, em Julho do ano passado, e pela substituição do seu executivo islamista por um governo provisório – no qual ocupa o cargo de ministro da Defesa.

Depois de vários meses de instabilidade, os egípcios serão chamados a votar o texto de uma nova Constituição, num referendo marcado para terça e quarta-feira. Se o projecto, que reforça os poderes do Exército e proíbe a participação de partidos religiosos em actos eleitorais, for aprovado, seguem-se novas eleições legislativas e presidenciais – ainda sem data marcada.

A Irmandade Muçulmana, que foi classificada como organização terrorista pelo governo, considerou o projecto da nova Constituição ilegal e apelou a um boicote ao referendo entre os seus simpatizantes. O Exército já fez saber que vai responder “com firmeza” a qualquer tentativa de interferir ou interromper a votação.

O chefe das Forças Armadas pediu à população que adira em massa à consulta e “aprove uma Constituição que rectifique o caminho democrático do Egipto e contribua para a construção de um Estado democrático e moderno”.
 
 
 

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