Protesto em Lisboa no sábado pela conclusão do Metro Mondego

Manifestação vai decorrer junto à residência oficial de Passos Coelho.

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Movimentações políticas para instalar o metro em Coimbra e na região têm mais de 20 anos Carla Carvalho Tomás/Arquivo

Várias centenas de pessoas dos municípios de Coimbra, Lousã, Miranda do Corvo e Góis deslocam-se no sábado a Lisboa para um protesto junto à residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, pela continuidade e conclusão das obras do projecto Metro Mondego.

Promovida pelo Movimento Cívico da Lousã e Miranda do Corvo, a manifestação pretende alertar o chefe do Governo para a necessidade de o projecto Metro Mondego constituir uma das prioridades de investimento do país a propor à União Europeia no próximo quadro comunitário.

"Esta acção tem como objectivo exigir ao Governo que o projecto seja candidatado a financiamento europeu como obra prioritária, na programação financeira da Política de Coesão da União Europeia para 2014-2020 (Fundos Comunitários)", sublinho o porta-voz do movimento, Jaime Ramos. Segundo o activista, cerca de um milhar de pessoas marcarão presença no protesto.

O projecto, inserido no Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), contempla a instalação de um metro ligeiro de superfície do tipo tram-train – com capacidade para circular nos eixos ferroviários, urbanos, suburbanos e regionais – na cidade de Coimbra e no Ramal da Lousã, onde as obras foram iniciadas mas estão interrompidas.

O Ramal da Lousã foi desactivado há quase quatro anos, estando concluída parte das empreitadas entre Alto de São João (Coimbra) e Serpins (Lousã), correspondentes à Linha Verde, primeira fase do Metro Mondego, mas que foram interrompidas há cerca de dois anos após um investimento de cerca de 140 milhões de euros. Em 2011, em campanha eleitoral em Miranda do Corvo, Passos Coelho assumiu o compromisso público de concluir as obras no Ramal da Lousã.

"São milhões que vão para o lixo se a obra não tiver continuidade. Portanto, o Governo tem de aproveitar o dinheiro já gasto", sublinhou Jaime Ramos. O porta-voz do movimento e antigo governador civil de Coimbra frisou ainda que o Governo desmantelou uma "linha com mais de 100 anos, que transportava cerca de um milhão de passageiros por ano, pelo que é intolerável não dar continuidade à obra quando, se o projecto for candidatado a financiamento europeu, Portugal terá uma comparticipação de 95%".

"Exigimos ainda que o Governo não compare este projecto com outros, na medida em que não se trata de uma obra nova, mas sim de dar continuidade a um investimento já iniciado", salientou.

O presidente da Câmara Municipal de Coimbra mostrou-se disponível para integrar os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) na sociedade Metro Mondego, de forma a viabilizar a concretização do SMM. "Considerando a necessidade de viabilizar o projecto e de existir uma coordenação de transportes públicos colectivos, estamos disponíveis para integrar os SMTUC na Metro Mondego", referiu à agência Lusa Manuel Machado.

A Metro Mondego foi criada em 1996, mas as movimentações políticas para instalar o metro em Coimbra e na região têm mais de 20 anos.

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