Investigador pede mais equipamentos para medir as ondas

Bóias com ondógrafos esperam melhoria do tempo para serem colocadas na zona da Nazaré.

Sempre que acontecem fenómenos extremos na costa, o catedrático Veloso Gomes, especialista em Hidráulica, coloca-se ao computador para recolher os dados fornecidos pelos marégrafos e ondógrafos instalados no país. O problema é que nem todos esses equipamentos estão funcionais ou, se estiverem, os dados não são carreados para a Internet, o que prejudica o acompanhamento deste tipo de fenómenos por parte de investigadores.

Neste momento, no continente, estão operacionais os ondógrafos de Faro, Sines e Leixões. Os da Nazaré, dois dispositivos instalados ao abrigo de um programa científico internacional, não estão operacionais.

Em declarações ao PÚBLICO, o tenente Quaresma dos Santos, da divisão de Oceanografia do Instituto Hidrográfico, assegura que, no caso da Nazaré, Portugal pretende manter os equipamentos em operação, apesar de o financiamento do programa científico em causa ter terminado. O que acontece, explica, é que as bóias foram retiradas do mar para manutenção dos dispositivos de medida e há um mês que se aguarda que as condições meteorológicas permitam a sua recolocação, nas posições originais.

Veloso Gomes nota a importância destes instrumentos para a Ciência, mas, no caso da Nazaré, aponta também a utilidade deles para a medição das disputadas ondas gigantes, associadas a recordes no surf. Mas, neste caso particular, Quaresma dos Santos explica que importaria colocar instrumentos de medição noutro ponto da costa, o conhecido canhão da Nazaré, na zona de empolamento das ondas. O instituto tem um projecto, e a solução técnica, mas, assume o especialista da Marinha, falta o dinheiro, ou um patrocinador, para o colocar no terreno.

A recolha de dados é de extrema importância para vários campos de actividade e, no caso de um académico como Veloso Gomes, a era dos smartphones e das redes sociais veio dar um contributo tremendo, ao multiplicar o número de fontes de imagens, mesmo que de qualidade duvidosa, por uma imensidão de cidades. O académico recorda como há vinte anos estragou uma câmara, e correu alguns riscos para filmar um temporal que afectou o Passeio Alegre, no Porto. Agora, embora continue a ir ao terreno, admite que passa umas quantas horas no computador a gravar os inúmeros vídeos "postados" no Facebook.
 
 
 

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