Cerca de mil pessoas passaram à próxima fase de candidaturas de missão a Marte

Organização Mars One quer levar colonos até ao planeta vermelho em 2025. Dos 200 mil candidatos iniciais, 1058 passaram o primeiro teste.

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Na missão da Mars One, os colonos terão de viver em pequenas casas, procurar água, produzir oxigénio e alimentos AFP

Há cerca de 1000 pessoas no mundo que estão mais próximas de viajar até Marte. A Mars One quer levar o primeiro grupo de humanos até ao planeta vermelho já em 2025. Para isso, abriu candidaturas para quem quisesse entrar na aventura. A grande parte dos 200 mil candidatos iniciais está de fora, só passaram para a segunda fase 1058 pessoas, anunciaram nesta semana os organizadores da missão.

Os candidatos iniciais tiveram de enviar o vídeo onde explicavam porque queriam integrar a missão. “O desafio de escolher entre 200 mil inscritos é separar aqueles que pensamos serem capazes mental e fisicamente de virem a ser os embaixadores dos humanos em Marte daqueles que levam a missão menos a sério”, disse num comunicado Bas Lansdorp, holandês que é co-fundador e director-executivo da missão.

O projecto Mars One
, a realizar-se, será também um programa televisivo. Bas Lansdorp espera conseguir financiamento para a missão, vendendo-a como um reality show. O objectivo é que a vida dos colonos terráqueos em Marte seja filmada e transmitida pelos canais de televisão do mundo inteiro. O holandês alega que a tecnologia necessária para a missão se concretizar está já desenvolvida ou quase desenvolvida.

Os organizadores irão continuar as próximas fases de selecção dos candidatos. Os 24 potenciais colonos que chegarem às fases de selecção mais avançadas irão ser repartidos em seis grupos de quatro pessoas. Os participantes terão de realizar testes físicos, médicos e psicológicos. Os grupos irão ainda participar em simulações onde irão ser testadas as capacidades físicas e emocionais. No fim, está programado o envio de quatro pessoas em 2023, que chegará a Marte dois anos depois.

Em Dezembro de 2013, a empresa assinou um contrato de 250 mil dólares (cerca de 183 mil euros) com a divisão de sistema espaciais da empresa norte-americana Lockheed Martin, para estudar um sistema de aterragem em Marte. A máquina terá de ser enviada para Marte em 2018.

Para já, as únicas histórias de sucesso de uma aterragem em Marte são dos robôs enviados pela NASA, o último foi o Curiosity, que chegou ao planeta vermelho em 2012. No entanto, os Estados Unidos têm como objectivo enviar astronautas para o planeta nos próximos 20 anos.

Além do objectivo de conseguir angariar 6000 milhões de dólares (4400 milhões de euros) necessários para a missão, que os organizadores da Mars One esperam obter a partir de financiamento privado, há vários obstáculos futuros. Além de ser uma missão só de ida, os astronautas terão de viver em pequenos cubículos e, para sobreviver, serão obrigados a procurar água, a produzir o seu próprio oxigénio e alimentos. Estas dificuldades serão mais complicadas num planeta como Marte, que é um grande deserto, tem uma temperatura média de 63 graus negativos, e uma atmosfera fina constituída sobretudo por dióxido de carbono.
 
 
 
 

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