Mais de 6,6 milhões de pessoas acompanharam o Papa Francisco no Vaticano

Procura de bilhetes para cerimónias presididas pelo Papa argentino foi quatro vezes superior à do tempo de Bento XVI.

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Fiéis acenam ao Papa Francisco durante a oração de 1 de Janeiro na Praça de S. Pedro AFP/FILIPPO MONTEFORTE

Um relatório sobre o número de bilhetes emitidos para os eventos com o Papa Francisco confirma a popularidade do novo pontífice argentino, eleito em 13 de Março de 2013 e considerado a figura do ano pela revista norte-americana Time. Segundo o Vaticano, mais de 6,6 milhões de pessoas participaram em audiências e missas celebradas pelo Papa.

Os bilhetes para as cerimónias presididas pelo Papa – audiências privadas, especiais ou gerais e celebrações litúrgicas – são emitidos pela Prefeitura da Casa Pontifícia, o gabinete responsável pela coordenação dos serviços e a organização da agenda do Palácio Apostólico. Todas as entradas são gratuitas, e tanto podem ser requisitadas e endossadas a um destinatário individual, como distribuídas por instituições da Igreja, paróquias e centros católicos pelo Vaticano.

Os números avançados pelo Vaticano contabilizam o número de entradas nos diversos eventos que envolvem o Papa e incluem também uma estimativa do público presente em cerimónias para as quais não é necessária a emissão de um bilhete ou credencial, como é o caso dos fiéis que acompanham a oração semanal do Angelus na Praça de S. Pedro.

No relatório do Vaticano não estão vertidos os bilhetes para acontecimentos fora do Vaticano ou no estrangeiro: as estimativas não abrangem as multidões que acompanharam o Papa Francisco nas suas deslocações a Lampedusa e Assis, em Itália, ou na sua viagem ao Brasil. Só no dia do encerramento da 28.ª Jornada Mundial da Juventude, na praia de Copacabana do Rio de Janeiro, participaram mais de três milhões de pessoas.

Durante todo o ano de 2012, o Vaticano emitiu 2,3 milhões de bilhetes para audiências, missas e reuniões privadas com o antecessor de Francisco, Bento XVI, que resignou ao cargo no dia 28 de Fevereiro de 2013, alegando motivos de saúde. O gesto do alemão Joseph Ratzinger, agora Papa emérito, não acontecia há mais de 600 anos – antes dele, só Celestino V, em 1294, e Gregório XII, em 1415, resignaram ao cargo.

O número de bilhetes pedidos para as audiências gerais com o Papa Francisco – o primeiro jesuíta e o primeiro latino-americano a tornar-se bispo de Roma e sumo pontífice da Igreja Católica – foi quatro vezes superior à “procura” que se registou no último ano do papado de Bento XVI, mostra o relatório do Vaticano.

Como notava a Reuters, a polícia tem sido frequentemente obrigada a cortar a circulação e fechar as artérias que vão dar ao Vaticano para acomodar as multidões de mais de cem mil pessoas que se deslocam para as audiências gerais e declarações dominicais do Papa argentino.

Os observadores do Vaticano atribuem a enorme popularidade de Francisco ao seu estilo pastoral, de proximidade com os cristãos, à sua linguagem simples e à sua espontaneidade. Os especialistas também destacam a importância das declarações do Papa em defesa dos mais pobres e desprotegidos, a compreensão e tolerância que manifestou em relação à homossexualidade e a sua acção decisiva na investigação dos escândalos financeiros do Vaticano e na condenação dos abusos sexuais dentro da Igreja Católica.
 
 
 
 
 

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